quarta-feira, 26 de junho de 2013

Grito das multidões


Nestes dias agitados por clamores e manifestações, pelos mais diversos motivos, digo sinceramente: Não encontro um lugar melhor para me sentir seguro do que na presença de Deus. vivemos dias marcados pelos gritos de uma multidão cansada de promessas de homens. E seus gritos são ouvidos nos campos e nas cidades; nas choupanas e nos palácios. E o trabalho informativo da grande mídia se encarrega de potencializá-lo. No entanto, esta mesma mídia - por razões ainda não explicadas - não veiculou o grito de milhares em Brasília, em defesa da família, liderado pelo Pastor Silas Malafaia.
 
No entanto, é bom que se diga que estas manifestações que ocorrem no mundo inteiro, não são originais. Pois, um crescente clamor popular vem percorrendo países do mundo inteiro - desde as nações árabes, passando pelas nações europeias e chegando até nós - como se fosse uma onda; mobilizando os povos a dar um basta no estado de injustiça social e abusos promovidos por ditaduras bem conhecidas e governos corruptos e inoperantes. Não resta dúvida que este é um dos poucos recursos de que dispõe as multidões desprotegidas e abandonadas à sua própria sorte por seus próprios governantes.
 
Entretanto, percebo existir uma nota de preocupação no clamor dos povos sedentos por justas mudanças: É que o povo já tão sofrido, acaba se tornando vítima de lideranças oportunistas erguidas deste quadro. Assim como os gritos de ontem guindaram ao poder nazistas crueis, ditadores intolerantes, caçadores de marajás, anistiados de ocasião e sindicalistas espertos; os gritos de hoje, certamente, devem trazer em sua esteira - dos bastidores da manipulação - aqueles que saberão se aproveitar desta onda de inconformismo justificável; para tentar obter o seu cobiçado quinhão de poder no curso da História.
 
Porém, este estado de insatisfação não se manifesta apenas no mundo secular e político; ele também se manifesta no mundo religioso e cristão. Vemos as mais diversas instituições - novas e antigas - sendo açodadas em promover mudanças para tentar agradar uma clientela cada dia mais insatisfeita com quase tudo. E assim, como se diz no jargão comercial, lideranças vão tentando fazer de tudo um pouco para agradar o exigente "gosto do freguês". E os gritos de insatisfação religiosa se fazem ouvir, aqui e ali, assustando muitos líderes religiosos; especialmente aqueles que anseiam por aceitação popular.
 
Todavia, não podemos nos esquecer que gritos ruidosos como os que hoje ouvimos, eclodiram nas ruas de Jerusalém e nas ruas de Roma a dois mil anos atrás; ainda que por motivos diversos. Na verdade, o ruido do clamor nem sempre consegue repassar as sua verdadeiras intenções. As vezes eles soam como grito de socorro; outras vezes, como grito de revolta. Dependendo do quadro vigente, o grito clama por justiça; em algumas ocasiões, clama pela manutenção de flagrante injustiça. Enfim, gritos pacíficos, gritos anárquicos... Que o Senhor nos guarde de tanta gritaria; e, dos atos que se seguirão aos gritos!
 
Cordialmente;
Bispo Calegari

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