domingo, 31 de julho de 2011

Quando parar

Pode um obreiro estar a frente de uma igreja; ou exercer um ministério, estando sob conflitos psicológicos não resolvidos; ou mal resolvidos? Penso que não. Por que? Quando perdemos a condição de lidar com nossas emoções - ante os atritos gerados pela proximidade com o nosso irmão, podemos nos tornar melancólicos ou irritadiço; vingativos ou depressivos. Portanto: cura primeiro - ministério depois! Como entender e lidar com tamanho problema?

Meu objetivo, neste "post", não é sugerir solução ou tratamento para este mal. E sim, chamar a atenção daqueles que seguem ou consultam o meu blog - para os riscos inerentes ao mesmo. Podemos dividir, então, aqueles que são afetados por desajustes psicológicos em vários níveis, em quatro grupos principais:

1. O grupo daqueles que se tornam melancólicos

Eles estão sempre entristecidos com quase tudo - e com quase todos. Geralmente, sentem-se vítimas de pessoas que julgam ter contribuído para tornar sua vida infeliz. Agravam o seu estado melancólico, quando não lhe dão oportunidade para alguma tarefa que seja do seu agrado; ou até mesmo quando são esquecidos em um cumprimento ou em um convite. Em seu constante estado de melancolia, costumam queixar-se do cônjuge que "não os amam"; e até dos filhos que "não o valorizam".

2. O grupo daqueles que se tornam irritadiços

Este grupo reage com irritação, até mesmo a uma brincadeira gentil que lhe fazem. Alguns dentre eles - até para aconselhar ou ajudar alguém - não conseguem fazê-lo sem visível irritação. Desde muito cedo, começam a ter o seu rosto marcado por sulcos e rugas faciais correspondentes ao semblante irritado que sempre trazem consigo. Sentem-se prejudicados por pessoas próximas de si - irritando-se até mesmo contra animais e até mesmo objetos.

3. O grupo daqueles que se tornam vingativos

Penso ser este o grupo que mais risco oferece. Eles são capazes de guardar profundo rancor de pessoas que tenham, em algum momento, advertido ou discordado, quanto a algo que tenham dito ou feito. Eles vão acumulando dentro de si mágoa suficiente, para, na primeira oportunidade que ocorra, despejá-las em forma de vingança sobre aqueles que, a seu juízo, lhe tenham feito algum mal. Podem se tornar cruéis na execução de sua vingança. Geralmente, pessoas nesse grupo, julgam estar agindo como uma espécie de "chicote de Deus" para punir os "errados" (os errados, neste caso, são sempre aqueles contra os quais carregam imensas doses de rancor).

4. O grupo daqueles que se tornam depressivos

Este último grupo, nesta relação, é também um grupo perigoso. No entanto, o seu perigo é muito mais contra si mesmo do que contra os que estão à sua volta (podem voltar-se contra si mesmos, chegando até ao suicídio, caso permaneçam nesse estado). No entanto, se possuem alguma manifestação de depressão eufórica, podem expressar-se extremamente felizes e motivados - irradiando alegria e simpatia - chegando a uma admirável exuberância. Somente nesse caso, geralmente, podem entristecer ou ferir alguém, em alguma mudança súbita de humor.

Concluindo

Como já afirmei, em nota, na minha página no facebook; e também na introdução deste assunto; estes sintomas podem ser observados tanto em um cristão sincero e dedicado, exercendo algum ministério; como em um obreiro a frente de uma igreja. E pessoas vivendo nesse estado, afetadas por conflitos psicológicos - podem ampliar os seus problemas e os dos outros, se exercem algum tipo de influência sobre eles. Penso que quando perdemos a condição de lidar com nossas emoções, estando sob pressão; precisamos primeiramente tratar nossa psique; para, então exercer com saúde psíquica, tanto quanto física e espiritual, um ministério edificante e de resultados para todos os que forem abrangidos por ele.

Cordialmente;
Bispo Calegari

sábado, 30 de julho de 2011

Visita ao Distrito de Uberaba

Celia e eu, teríamos uma longa viagem pela frente: A visita a três dos nossos distritos - Uberaba, Uberlândia e Brasília. E assim, saímos cheios de alegria para o cumprimento desta tríplice missão, começando com o Distrito de Uberaba.

IMW em Monte Carmelo

Nossa primeira visita, no Distrito de Uberaba, foi à igreja de Monte Carmelo. Chegamos já ao fim da tarde, mal dando tempo para um ligeiro descanso. O Pastor Luiz e sua esposa Jerusa, já estavam a nossa espera. Percebemos visível alegria, em seu semblante, com a nossa chegada. Em lá chegando, já encontramos o Pastor Ângelo - SD do Distrito; que estaria nos acompanhando nesta visita as igrejas do Distrito.

Tivemos um maravilhoso culto, com uma boa presença de membros e convidados, apesar de ser uma sexta-feira. Deus se fez presente em nosso meio desde o início. Estava presente também o Pastor Cleber (não tenho certeza se este é o seu nome), que preside uma Casa de Recuperação que dá assistência a vítimas de tóxico e álcool. Alguns jovens e adultos assistidos pela Instituição, tiveram uma bonita participação - cantando ao Senhor com alegria e unção. Senti-me muito a vontade para pregar a Palavra de Deus; e, ao final, oramos por vidas que vieram a frente. A Igreja, através do seu setor de fraternidade, nos presenteou ao final do culto.

Após o culto, nos deliciamos em casa do Pastor Luiz, com o delicioso jantar à base de "strogonoff"; com o qual a irmã Jerusa teve a gentileza de nos servir. O Presbítero Rodrigo e sua esposa - grandes companheiros do Pastor nesta igreja - que também estiveram conosco da última vez em que ali estivemos; participaram também deste jantar, juntamente com o Pastor Ângelo. Fomos descansar em seguida; pois, na manhã do dia seguinte teríamos que viajar para Uberaba, para participar de uma reunião distrital de obreiros.

Reunião Distrital de Obreiros

Chegando em Uberaba, a irmã Regina e seu esposo Dirceu, já nos esperavam com um almoço maravilhoso (parece até que havia combinado com a irmã Jerusa, pois nos serviu a mesma iguaria - inclusive com a mesma sobremesa). Feliz coincidência!

Logo em seguida, fomos diretamente para a reunião com os obreiros do Distrito. A reunião foi realizada no templo da igreja do Bairro da Abadia - sede do Distrito de Uberaba. Foi uma reunião muito proveitosa; na qual todos participaram com visivel satisfação. Creio que todos saíram edificados e desafiados para um novo tempo, de avivamento e conquista, para a glória de Deus. Após a reunião, fomos nos preparar; pois, o Culto Distrital seria logo em seguida - no templo da igreja do Bairro de Boa vista. No próximo "giro" daremos continuidade ao relato desta visita ao Distrito de Uberaba.

Cordialmente;
Bispo Calegari

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Perdoar é preciso

"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas" (Mateus 6.14-15).

O perdão é como analgésico para a alma angustiada pela dor da traição. Portanto, é muito melhor beber o cálice medicinal do perdão; do que sorver a peçonha mortal do rancor. Falando em rancor - raramente encontramos alguém rancoroso que reconheça o seu estado de amargura provocado por este sentimento. O rancor é como o fel - que torna amargo tudo aquilo em que toca. Ser traído é inevitável; perdoar é preciso!

O perdão é como um elo intermitente em uma espécie de cadeia, formada por pessoas perdoadoras e pessoas perdoadas. Francisco de Assis declara em uma de suas mais belas orações, transformada em poesia: "É perdoando que somos perdoados". O princípio que rege o perdão, determina: Perdoar primeiro - ser perdoado depois. E não há como quebrar este princípio - nem como invertê-lo. A fórmula é simples: Para que sejamos perdoados, precisamos perdoar - nunca o contrário!

Na oração do "Pai nosso", Jesus assim nos ensina: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores" (Mateus 6.12). Portanto, aí está a formulação do princípio que inspirou Francisco de Assis, em sua famosa prece. Perdoar não é apenas um ato de generosidade - é também um ato de bom senso.

Existem, nas relações humanas, alguns riscos previsíveis. Desentendimentos, desafetos e traições estão entre eles. em assim sendo, todo aquele que se dispõe a estabelecer laços com o seu próximo, precisa estar preparado para lidar com os possíveis riscos inseridos nos relacionamentos - sejam eles de que tipo forem (amizade, negócios, e outros tipos). Posso garantir que o perdão precisa ser um dos itens da nossa "caixa de primeiros socorros"; para podermos tratar devidamente algum "acidente de percurso", provocado pelos atritos interpessoais.

Tenho constatado que algumas pessoas, mesmo experientes obreiros, deixam de ser as pessoas dóceis que eram outrora; após um tipo de amizade, companheirismo ou aliança - afetados por desentendimentos, discordância ou aliança quebrada. Geralmente, aquele que se julga prejudicado em um relacionamento rompido, pode tornar-se em potencial vítima do rancor e até mesmo do ódio. Algumas pessoas não conseguem lembrar-se de alguém, sem formular as mais severas críticas encharcadas de ressentimento e amargura. Que pena!

Quando emergimos de um desavença, após nos desarmarmos, devemos estar prontos para perdoar aqueles com quem mantivemos algum tipo de animosidade ou conflito; mesmo que tenhamos sido a parte injustiçada. O ato de perdoar, liberta tanto o justo quanto o injusto. Quando perdoamos um desafeto, nos libertamos - tanto do nosso oponente como do nosso rancor. E não existe melhor bálsamo para aliviar a dor da traição, do que o ato do perdão. então... Perdoemos e sigamos em frente - a carreira que nos está proposta - olhando para Jesus, autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12.1-2)!

Cordialmente;
Bispo Calegari

terça-feira, 26 de julho de 2011

Visita ao Distrito de Ipatinga

Visita a IMW de S. Maria de Itabira

Celia e eu, após uma viagem corrida - de Luminárias a Belo Horizonte - rumamos para a cidade de S. Maria de Itabira (como o seu próprio nome parece indicar, ela vive sob a sombra da poderosa economia da cidade de Itabira; da qual dista poucos quilômetros). Na verdade, a nossa Igreja iniciou suas atividades nesta cidade, onde permaneceu durante alguns anos; representada em um pequeno trabalho, pelo qual passaram alguns pastores wesleyanos; tendo sido fechada na gestão do Pastor Geraldo Natalino, que transferiu o trabalho para a cidade de Itabira.

Sob o pastorado do Pastor Eduardo; o mesmo resolveu reabrir aquele trabalho, trazendo de Cataguases o Presbítero Gerley para assumi-lo. Este obreiro tem se dedicado de corpo e alma a esta missão, colhendo frutos importantes para o estabelecimento da igreja nesta pequena cidade. Celia e eu, acompanhados do Pastor Eduardo e Anna Paula, sua esposa, saímos para o culto em S Maria de Itabira.

Ao chegarmos para o culto, prestes a iniciar-se, encontramos o Aspirante Gerley e sua esposa Kátia a nossa espera (Kátia está feliz da vida em sua gravidez). O culto foi iniciado pelo Ministério de Louvor, sob a direção do irmão Alex. Deus se fez presente em todos os momentos do culto - tanto durante a ministração do louvor como durante a pregação da Palavra. Ao final, a igreja nos homenageou; e também prestou uma comovente homenagem ao seu líder, que o levou às lágrimas.

Ao final do culto, tivemos a oportunidade de abraçar os irmãos; antes de retornarmos para a casa do Pastor Eduardo, em Itabira, onde estávamos hospedados. Senti grande alegria em poder reencontrar as Diaconisas Adriane e Neuza - esta última, pioneira deste trabalho. Em seguida, retornamos a Itabira; com aquela sensação de prazer, por poder ver o ressurgimento da igreja - em uma cidade onde a mesma havia encerrado suas atividades. Glória a Deus!

Visita a IMW de Itabira

Após uma noite bem dormida, o Pastor Eduardo me conduziu em uma visita à Escola Dominical das quatro congregações que a igreja de Itabira mantém na cidade. Nossa primeira visita foi à Congregação do Bairro Eldorado, sob a direção do Presbítero Mauro e sua esposa Gláucia. Após uma breve palavra, rumamos para a Congregação do Bairro Praia, sob a direção do Presbítero Wilton e sua esposa Elecsandra. Dali, fomos para a Congregação do Bairro Gabiroba, sob a direção do Presbítero Washington e sua esposa Jeane. Em seguida, chegamos à Congregação do Bairro S. Ruth, sob a direção do Presbítero Ivair e sua esposa Suelly. Finalmente, fomos para a Sede em Itabira, onde ainda encontramos alguns irmãos, onde o Pastor Eduardo nos mostrou algumas obras para melhor atendimento ao povo que ali se reune. Realmente, foi um roteiro que muito me edificou.

Após a visita aos trabalhos, o Pastor Eduardo e Anna Paula, nos levaram a um restaurante, para almoçarmos. Logo após o almoço, Retornamos a casa, para descansarmos; pois, o culto em Itabira prometia ser de intenso mover. Antes do descanso, ainda fizemos visitas.

Finalmente, fomos para o culto. O Ministério de Louvor deu abertura, em um clima de muita alegria e emoção. Os cânticos foram nos conduzindo em adoração crescente. O ponto culminante do entoar dos louvores, foi com o cântico de Marquinhos Mendes, cujo estribilho declara:

"Não morrerei, enquanto a promessa não se cumprir. Quem tem promessa de Deus não morre não; e tem a fé, a fé de Abraão! Levante os seus olhos e veja o sobrenatural! Quem tem promessa de Deus, vence o mal".

Foi um momento de forte impacto espiritual! Preguei sob forte unção. Também cantei no momento do apelo. Oramos por diversas pessoas (o salão de cultos estava repleto). Sinto profunda gratidão a Deus, por ter-me inspirado a enviar para aquela cidade o Pastor Eduardo e sua família. Sempre entendi que uma nomeação precisa ser, antes de tudo, fruto de um ato profético; e não somente de um ato administrativo.

Ao final do culto, fomos tomar caldo (estava fazendo frio em Itabira). Logo em seguida, fomos descansar; pois, teríamos que viajar de manhã, para Ipatinga. Logo após o delicioso e farto café da manhã, que Anna Paula preparou com tanto carinho, saímos para mais uma etapa do nosso "giro". Foi de grande proveito as visitas que fizemos. Até a próxima!

Cordialmente;
Bispo Calegari

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O Caminho de Deus

O Caminho de Deus, também conhecido como o "Caminho da Vida", é um caminho para ser percorrido do início ao fim. Nele, não se admite andar no sentido oposto ao seu objetivo final. Seu percurso exige algum esforço, pois é ascendente. Mas os resultados compensam todo o esforço que venhamos a fazer; pois, quanto mais caminhamos, mais elevados ficamos. É permitido, neste Caminho, andar em marcha lenta; ou em marcha rápida. O que não se admite é tomar atalho - nem desvios. É também chamado de "Caminho Estreito"; pois, toda a bagagem que possuímos neste mundo, nele é dispensada.

O Caminho de Deus, é também um caminho de conquistas - conquistas diárias. Caminho em que cada passo dado é um desafio superado; e também um marco estabelecido. Geralmente, algumas conquistas alcançadas ao longo do Caminho de Deus, acabam por ser esquecidas - ou nem chegam a ser notadas - por serem pequenas. Todavia, são tão importantes na jornada, quanto os grandes feitos dos maiores peregrinos que já transitaram por este Caminho. Elas nos mantém de pé, dando suporte para o passo seguinte.

Todavia, existe um segredo para desfrutarmos plenamente das conquistas, nele, obtidas: O segredo é nunca nos deslumbrarmos com elas. Isso, porque o Caminho de Deus é muito mais importante do que os benefícios ao longo da jornada. Sim! Porque os benefícios alcançados ao longo deste Caminho, são dádivas temporárias. Na verdade, as venturas nele descortinadas, são acessórios temporários. O Caminho de Deus é a mais importante dádiva! E percorrê-lo é a nossa mais importante missão! Concluir a caminhada e chegar ao seu destino - a nossa maior conquista. Portanto, vamos em frente!

Cordialmente;
Bispo Calegari

sábado, 23 de julho de 2011

Visita ao Distrito de Lavras

Visita a IMW de Luminárias

Célia e eu, lamentamos muito não ter participado da comemoração das Bodas de Ouro do Pastor Domingos e da irmã Conceição - pais do nosso querido Pastor Ramon Marcos. As fotos indicam que foi uma grande festa; carinhosamente preparada pelos seus queridos filhos e pela IMW de Luminárias.

Mas Deus nos proporcionou o prazer de chegar ali alguns dias depois. O ambiente ainda transpirava a festa. Estivemos em casa do casal - tendo chegado já ao final da tarde. A irmã Conceição, como sempre, já nos aguardava com um delicioso lanche posto à mesa.

Encontramos ali sua filha Maria Inês, que reside em Lavras (ela sofrera um pequeno acidente doméstico, ao cair de uma escada, tendo fraturado os pés; sendo cuidada por sua querida mãe). Maria Inês é muito habilidosa na arte da pintura (inclusive prometeu pintar um quadro para nós). Estavam lá também os dois netos do casal - Jenifer e Isaque - de sua filha Cilésia, residente em Bom Sucesso. O líder dos jovens da igreja de bom Sucesso estava lá, prestando serviços de informática; hospedado na casa do Pastor Domingos.

Logo em seguida, fomos nos preparar para o culto. Foi um culto muito abençoado! Fiquei admirado com a obra de reforma e ampliação do templo. Vi no trabalho feito, a dedicação de um homem que, apesar da idade avançada, demonstra grande força e motivação no cuidado das coisas do Senhor (todos o admiram e respeitam em Luminárias). O templo wesleyano tornou-se, com esta reforma, o mais bonito da cidade. No culto, assistimos uma seleção de fotos pelo datashow - mostrando a obra de reforma em todas as suas fases. Em cada uma delas, via-se o empenho do Pastor Domingos e dos obreiros daquela abençoada igreja.

Após o culto, fomos comer "cachorro-quente" na casa do casal ( a irmã Conceição é especialista em fazer o molho de tão apreciada iguaria; não sobrou nada para o dia seguinte). Já um pouco tarde, fomos todos dormir. É que no dia seguinte, Celia e eu, teríamos que viajar para Itabirito - para examinar um sítio para a realização do nosso Retiro Espiritual de Pastores. Ao sairmos, levamos de carona o Diretor de Jovens da IMW de Bom Sucesso, até a cidade de Lavras, próxima de Luminárias.

Cordialmente;
Bispo Calegari

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Nota de Falecimento

Minha mãe foi ao encontro do Pai

"Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. Então ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham" (Apocalipse 14.12-13)

Ontem cumpri um dos mais dolorosos deveres, ao longo da minha missão como Ministro de Deus: Presidi o ofício fúnebre - encomendando "ao pó" os restos mortais de minha querida e inesquecível mãe. Foi tudo muito rápido... Pegou-me de surpresa (as vezes nos esquecemos ser este o destino de todos nós). Ela faleceu no dia 19/07/2011, aos 83 anos de idade.

Minha mãe chamava-se LUZIA DE ARAÚJO FIGUEIREDO. Sempre foi uma mulher muito geniosa - até chegar a terceira idade. Desde muito cedo, durante a minha infância e juventude, percebi o quanto era difícil conviver com ela no dia-a-dia; e mal me dava conta de que eu era o filho mais parecido consigo (graças a Deus! O mesmo evangelho, cujo poder me transformou, foi capaz de mudá-la também). Após a minha conversão; logo compreendi que a conversão de minha mãe seria o algo urgente. Foi com gratidão a Deus, que tomei conhecimento de sua conversão, no ano seguinte a minha ida para Portugal.

Me converti e me formei no Colégio de Cadetes do Exército de Salvação. Ao me tornar Oficial do Exército de Salvação, minha mãe foi a São Paulo - a distância mais longa que percorreu ao longo de sua vida - em uma das raras vezes em que saiu do eixo Niterói/S. Gonçalo (fora receber a "estrela de prata" - Homenagem que recebiam todas as mães, cujos filhos se tornavam Oficiais do "Salvation Army").

Célia e meus dois filhos mais velhos - Pastor Calegari e Elizeu Calegari - me acompanharam nesta dolorosa missão. Já estavam lá, alguns dos meus irmãos; e também as três irmãs de minha mãe - Dalva, Diva e Dinair - além de outros familiares. Também pude encontrar amigos da juventude. O clima era de muita emoção, como sempre acontece em funerais (nunca é fácil nos despedirmos dos nossos mortos). Preguei uma palavra da parte do Senhor; baseada em Apocalipse 14.13. Após alguns testemunhos, rumamos para o sepultamento, onde finalizei o ofício fúnebre. O semblante de minha mãe estava tranquilo - com um leve sorriso nos lábios.

Minha mãe não foi a melhor mulher do mundo; ela foi apenas ... Uma mulher de Deus!
Louvo a Deus pelo ventre que me gerou e pelos seios que me amamentaram!

Saudosamente;
Bispo Calegari

sábado, 16 de julho de 2011

Até que a tempestade passe - II

Nesta postagem, estou desenvolvendo o artigo do "post" anterior. Não resta a menor dúvida quanto ao fato de que vivemos momentos inquietantes. E temos o registro das lições do passado - deixadas pelo próprio Deus - para aviso nosso.

As lições que ficam de tudo isso

O Apóstolo Paulo alerta para o fato, de que todas as ocorrências do passado - mesmo aquelas que muitos judeus desejariam arrancar de suas memórias - constam nas Sagradas Escrituras como como advertência a todos nós! Elas nos lembram que - assim como a desobediência e leviandade do povo de Deus o arruinou no passado - a mesma coisa pode acontecer conosco, se enveredarmos pelas "obras da carne" como eles fizeram. "Ora, tudo isto lhes acontecia como exemplo, e foi escrito para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos" (1 Coríntios 10.11).

Devemos estar atentos aos sinais de alerta

Já não resta a menor dúvida de que as mudanças assustadoras que vem ocorrendo no planeta, nos alertam acerca dos dias maus estão por vir. E estas mudanças vão se intensificando, até que já não haja m
ais tempo - nem mesmo para refletir sobre a Palavra de Deus; ou repensar aquelas atitudes impróprias que as vezes tomamos. E estas mudanças atingem os mais diversos setores; tais como:

Os recursos naturais - já nem tão renováveis.
O ser humano sempre acreditou que as reservas hídricas e minerais - bem como os demais recursos do solo e dos oceanos - eram praticamente inesgotaveis. E hoje, aqueles que estudam o assunto, estão se dando conta de que elas vem se esgotando muito além do ponto crítico.

O meio ambiente - cada vez mais degradado.
Com a falência das políticas ambientais em todo o mundo, a degradação do meio ambiente tornou-se um dos fenômenos mais preocupantes em nossos dias. Aquilo que a humanidade vem fazendo ao longo de séculos - com o solo, com o ar e com a água - está transformando o nosso planeta em uma verdadeira lixeira. E o pior é que a ciência já consegue relacionar alguns desastres naturais com a degradação do meio ambiente.

A civilização - cada vez mais decadente.
Na esfera da moral e dos bons costumes - velhos e novos conceitos - sobre liberdade; família; minorias; e outros, estão golpeando impiedosamente as melhores tradições, culturas e a convivência harmoniosa entre os povos. Em função da desconstrução sistemática destes valores; os quais contribuíram para a evolução e desenvolvimento da moral e dos bons costumes dos povos civilizados - ao longo dos séculos - muitos povos e nações estão novamente a mergulhar no obscurantismo e no charco de decadência moral que, no passado, acabou modificar o mapa dos continentes por diversas vezes.

A família - cada vez mais agredida.
No quesito "família"; o que se discute hoje, não é o rumo em que a família deve ir; e sim, projetos alternativos de família (aventa-se até mesmo a possibilidade de se criar um novo gênero humano - nem masculino nem feminino). Em diversos segmentos - inclusive religiosos - o que se vê é a nítida intenção de pessoas mal-intencionadas e perversas, de desconstruir as seculares tradições da família.

Banalização da crença. O que se percebe em nossos dias, é que parece haver um reflorescimento da fé, em todas as religiões da terra - o budismo, o islamismo, o hinduísmo e muitas outras formas de crença. Todos os segmentos religiosos falam em despertamento e experiências místicas. Talvez seja este o maior desafio das missões cristãs dos dias atuais: Convencer aos "istas" de todas as religiões, que a emoção religiosa nem sempre se origina no Deus verdadeiro. Que só Jesus pode libertar e salvar o homem natural.

Esfriamento de muitos cristãos. É provável que vivamos hoje, uma uma experiência sem paralelo em toda a história da Igreja cristã. Vemos líderes que praticam e promovem a fé cristã, utilizando os mais criativos métodos de propaganda da mesma - métodos no mínimo estranhos - falando sobre Deus com uma emoção admirável. Entretanto, quando examinamos o conteúdo das ministrações, percebemos que, na grande maioria dos casos, os conceitos que procuram passar - sobre experiência com Deus - valoriza muito mais o conforto e o bem-estar material das pessoas do que os princípios elevados da doutrina evangélica e do testemunho cristão.

A ganância de líderes em busca de riqueza. Tornou-se prática comum - transformar o apelo financeiro na parte mais destacada da liturgia em muitos cultos. Alguns estão induzindo a pensar que a bênção de Deus somente se manifesta através de sinais exteriores de riqueza (o melhor carro; a melhor casa; um corpo "sarado"; etc). A Palavra de Deus adverte que, nos últimos dias, muitos falsos obreiros com motivação gananciosa agiriam assim; os quais "também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita" (2 Pedro 2.3).

Falsos Mestres se introduziram entre os cristãos. E devido a esta crescente inversão de valores, o verdadeiro testemunho cristão tem sido relegado a um canto qualquer nos dias de hoje. As Escrituras nos alertam que "os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo" (2 Coríntios 11.13). A teologia da prosperidade tem feito muito mais estrago na vida de muitos cristãos em nossos dias, do que as cruéis perseguições sofridas pelo povo de Deus ao longo dos séculos.

Tais atitudes sinalizam para tempestade à vista!

O quadro de decadência moral, até mesmo nos meios evangélicos, é algo tão influente e dominante, que, lamentavelmente, parece ter passado do ponto sem volta. Grandes escândalos - outrora distantes dos arraiais evangélicos - são hoje protagonizados por famosos líderes de denominações e igrejas. O desvio de conduta de alguns líderes com visibilidade na grande mídia; estão tornando comum, não apenas algumas práticas litúrgicas estranhas, mas também "fazem escola" nos meios evangélicos outrora imunes a esse tipo de influência danosa. O seu testemunho, desde a muito, já ultrapassou os limites dos "pecados discretos" - chegando aos escândalos de grandes proporções. E devido a isso, inúmeras famílias evangélicas, vitimadas por desajustes familiares e suspeita de infidelidade conjugal, acabam por sucumbir a este "mal do século". E o que torna mais grave o quadro atual, é que alguns líderes denominacionais estão infringindo tão abertamente os ensinamentos de Cristo; que o sofrimento que causam ao "Corpo de Cristo", torna-se muito do que a perseguição perpretada pelos ímpios, e também pelas seitas não cristãs.

"Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição" (2 Pedro 2.1).

Além do mau testemunho de lideranças - e também devido a isso - vivemos o angustiante momento da secularização e banalização da fé cristã. Como consequência disso, diversas seitas orientais vêm transformando os Países constituídos sobre fundamentos reconhecidamente cristãos, em uma espécie de "campo missionário" das suas investidas religiosas, promovendo uma ofensiva quase sem resistência das próprias igrejas evangélicas desses Países - devido ao enfraquecimento do brado apologético de muitos homens de Deus do nosso tempo. E uma espécie de "ciclo vicioso" amplia o modo de viver indolente e irreverente de um número cada vez maior de cristãos; a ponto de preocupar e até mesmo assustar aqueles que se mostram interessados em avivamento e reforma. O que fazer em meio a tudo isso? Precisamos procurar incessantemente a proteção divina; sob a qual poderemos nos esconder "até que a tempestade passe"!

Para ler e meditar

"Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, à imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si; pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém. Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro. E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a injustiça, malícia, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pais; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, sem misericórdia; os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam".
(Romanos 1.18-32)


Cordialmente;
Bispo Calegari


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Até que a tempestade passe - I

"Vem, povo meu, entra nas tuas câmaras, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a indignação. Pois eis que o Senhor está saindo do seu lugar para castigar os moradores da terra por causa da sua iniquidade; e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos" (Isaías 26.20-21).

A Palavra de Deus proclama um tempo de dor e aflição para os povos e nações da terra. Segundo as profecias, este sofrimento será uma resposta a uma geração promotora de duas grandes maldades: A primeira maldade, é o seu afastamento sistemático dos ensinamentos do Senhor. A segunda maldade é sua crescente rebelião contra o Deus verdadeiro e contra as Escrituras sagradas. E ambos os atos de maldade, que são a causa de todas as demais maldades do ser humano, são indesculpáveis aos olhos de Deus. E a este tempo de aflição; que a Bíblia chama de "angústia das nações", será a resposta de Deus à crescente decadência moral que tem mergulhado os homens na ruína e da aniquilação inevitável. O que os ímpios precisam entender é que jamais conseguirão resistir ao braço forte do Senhor!

As tempestades da vida

"Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda" (Mateus 7.24-27).

Na parábola dos dois construtores, Jesus deixa bem claro que as tempestades da vida são uma constante na vida humana. Elas sempre vêm - imprevisíveis e inevitáveis. E ele chama nossa atenção para o fator que diferencia uma construção da outra: O modo como ambos os construtores fundamentaram a sua casa. E esta história ilustra as duas maneiras pelas quais podemos alicerçar e construir a nossa vida: Ou sobre a rocha; ou sobre a areia.

À luz da Palavra de Deus, podemos perceber que a tempestade desta parábola simboliza os mais diversos tipos de aflição e de provação que se abatem sobre alguém. Em assim sendo, podemos considerar como "tempestades da vida", situações aflitivas relacionadas com os mais diversos problemas: conflitos familiares; enfermidades físicas; desajuste psicológico; problemas financeiros; etc. E também aqueles problemas que nos atingem no dia-a-dia.

E não há como enfrentar e vencer tais problemas, sem por em prática os ensinamentos de Jesus. Ele, ao contar esta história, procura demonstrar o que pode suceder: Para "aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática"; e também para "aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática". Uma coisa fica bem clara nesta parábola: O que determina a condição futura da nossa vida, é modo como estabelecemos as nossas bases!

Até que passe a ira

Mas o meu objetivo nesta postagem, não é alertar quando aos problemas do cotidiano. E sim, alertar quanto a um outro nível de tempestade; um nível que vai muito além das tempestades que nos afligem em nosso dia-a-dia. E a tempestade a que me refiro, é desencadeada pela indignação do Senhor. Vemos nas Escrituras, que a ira divina é potencializada pela indignação. Ao revelar a Abraão o exílio do seu povo no Egito e o seu futuro retorno a Canaã; Deus proclama: "Na quarta geração, porém, voltarão para cá; porque a medida da iniquidade dos amorreus não está ainda cheia" (Gênesis 15.16). Ou seja, a vida pecaminosa dos amorreus não havia atingido o nível em que sua indignação explode em ira.

Mais tarde, no deserto, Moisés percebeu a crescente indignação de Deus com o povo de Israel, devido ao estado de rebeldia também crescente. Vendo Moisés que o eclodir de Sua ira santa poderia varrer os israelitas da face da terra, este grande líder espiritual buscou incessantemente a Deus, prostrado a Seus pés, para que o furor da Sua ira fosse contido. Assim ele se pronuncia: "Porque temi por causa da ira e do furor com que o Senhor estava irado contra vós para vos destruir; porém ainda essa vez o Senhor me ouviu" (Deuteronômio 9.19).

Não devemos cometer o mesmo erro dos israelitas

A Bíblia Sagrada relata que, em outras ocasiões, Deus já havia manifestado o furor da Sua ira santa sobre outros povos e nações. O exemplo emblemático é a destruição de Sodoma e Gomorra. Mas temos também, como marco de advertência, a ruína da grande cidade de Jericó. E Moisés deixa bem claro que não seria diferente com Israel - se persistisse em manter sua rebeldia contra o propósito de Deus.

"Pelo que a geração vindoura - os vossos filhos que se levantarem depois de vós - e o estrangeiro que vier de terras remotas dirão, ao verem as pragas desta terra, e as suas doenças, com que o Senhor a terá afligido, e que toda a sua terra é enxofre e sal e abrasamento, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o Senhor destruiu na sua ira e no seu furor; sim, todas as nações dirão: Por que fez o Senhor assim com esta terra? Que significa o furor de tamanha ira? Então se dirá: Porquanto deixaram o pacto do Senhor, o Deus de seus pais, que tinha feito com eles, quando os tirou da terra do Egito" (Deuteronômio 29.22-25).

Entretanto, mesmo com as advertências do seu grande líder Moisés; e dos profetas que o sucederam; Israel não perseverou no caminho do Senhor. Os judeus erraram ao pensar - como muitos cristãos fazem nos dias de hoje - que o fato de terem as promessas de Deus a seu favor, era mais que suficiente para determinar vida longa e abençoada na terra. Mas as advertências da Palavra de Deus sinalizam para outro desfecho: "Eles, porém, zombavam dos mensageiros de Deus, desprezando as suas palavras e mofando dos seus profetas, até que o furor do Senhor subiu tanto contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve" (2 Crônicas 36.16). Se o Senhor permitir, pretendo concluir o assunto na próxima postagem.

Cordialmente;
Bispo Calegari

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Frutos de uma vida abençoada

"E isto peço em oração: que o vosso amor aumente mais e mais no pleno conhecimento e em todo o discernimento, para que aproveis as coisas excelentes, a fim de que sejais sinceros, e sem ofensa até o dia de Cristo; cheios do fruto de justiça, que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus" (Filipenses 1.9-11)

Nesta manhã estava orando ao Senhor. Como sempre faço, me prostro perante o Deus da minha vida, rendo-lhe adoração e ações de graça; também busco Sua divina proteção - tanto para minha vida e ministério, como para minha família e Igreja. Vale sempre a pena estar perante o Deus vivo! Somos fortalecidos e renovados enquanto oramos. Enquanto eu orava, meu espírito pode ver claramente a localização exata dos frutos de uma vida abençoada.

Em meu espírito pude entender; que os frutos de uma vida abençoada só conseguem germinar, crescer e se reproduzir na presença do Senhor.

Em meu espírito pude entender; que os frutos de uma vida abençoada são colhidos quando buscamos ao Senhor em oração.

Em meu espírito pude entender; que os frutos de uma vida abençoada somente serão colhidos na medida da necessidade; pois, somente em sua medida exata, podem trazer plena satisfação.

Em meu espírito pude entender; que os frutos de uma vida abençoada estão a nossa inteira disposição; mas, só poderão ser alcançados no momento em que buscamos a Deus.

Em meu espírito pude entender; que todo aquele que busca a Deus em oração - priorizando Sua doce Presença - encontra os frutos de uma vida abençoada.

Em meu espírito, pude entender; que qualquer fruto que estejamos colhendo e desfrutando - caso não tenham sido colhidos na presença de Deus - não serão frutos de uma vida abençoada.

Ficou muito claro em meu espírito, que a experiência de homens de Deus na Bílbia foi tremendamente marcada por esta colheita. Pude perceber que aqueles que colheram menos do que sua medida exata, sofreram privações desnecessárias. Percebi também que aqueles que colheram além do que seria sua medida exata, acabaram por sofrer as aflições causadas pelo excesso. Então, amados irmãos, vamos nos prostrar na presença do Senhor; e buscar a porção diária compatível com nossa necessidade. E... Boa colheita!

"Alonga de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza: dá-me só o pão que me é necessário" (Provérbios 30.8)

"Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hebreus 13.15)

Cordialmente;
Bispo Calegari

terça-feira, 12 de julho de 2011

Visita ao Distrito de Contagem

Nesta postagem, vou narrar a visita que fizemos ao Distrito de contagem. Eu estava precisando visitar as duas maiores igrejas deste Distrito; e foi um grande prazer retornar a igreja do Kennedy e a Primeira do Industrial.

IMW do Kennedy

Estivemos no domingo pela manhã, nesta abençoada igreja. O Pastor Onésimo, titular da mesma; juntamente com seus obreiros, estavam a nossa espera, demonstrando a alegria de sempre. ã medida em que o povo ia chegando, via-se claramente que esta igreja possui uma excelente Escola Dominical. E o seu funcionamento demonstra que sua EBD é muito bem estruturada e animada. A igreja entoou alguns cânticos - sem deixar de cantar "Render a Ti adoração...". Ministrei uma palavra da parte do Senhor, em meio a um clima de comunhão e espiritualidade.

Após a reunião, fomos levados a visitar as instalações da igreja. É fácil perceber o grau de dedicação de uma liderança local, pelo modo como cuidam da propriedade da igreja. Várias obras tem sido feitas ali; dentre elas, já concluíram a reforma interna do tempo, instalando também ar-condicionado, para maior conforto dos membros e dos frequentadores habituais. As salas também estão em excelente estado de conservação. Agora estão se preparando para dar ao templo uma nova fachada. Pelo bom gosto demonstrado no que já foi feito, acreditamos que ficará com uma bela frente. Parabéns aos queridos obreiros - Pastor, Presbíteros, Diáconos e Diaconisas; juntamente com os diversos líderes de departamentos e ministérios), pelo zelo para com a casa do Senhor.

IMW I do Industrial

Estivemos também visitando a igreja do Industrial, sob o pastorado do Pastor Gilberto Geraldo; que assumiu a titularidade da igreja no último concílio regional. O nosso almoço foi oferecido pelo irmão Saulo e sua família. Ao chegarmos em sua residência, o seu neto já estava no portão. Quando nos viu, entrou rapidamente e proclamou alegremente: "O bispo chegou!" É admirável ver a dedicação espiritual deste menino! O irmão Saulo juntamente com sua esposa, irmã Rutiléia e os demais membros da família, nos serviram um almoço muito especial. Foi uma alegria poder ter estado mais uma vez naquela casa.

O culto a noite, foi de uma unção maravilhosa. O Ministério de Louvor de abertura ao culto com alguns hinos bem ritmados. Mas ao final, cantaram um cântico de adoração que sempre me edifica (Render a Ti adoração...). Minha filha Daniela e meu genro Alessandro, estiveram conosco - no almoço e também no culto. Preguei a palavra de Deus e, ao final, oramos em favor do povo. Percebo que o Pastor Gilberto iniciou muito bem o seu ministério nesta igreja.


Cordialmente;
Bispo Calegari

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A loucura do profeta

"Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho da verdade; também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita" (2 Pedro 2.1-3).

Para minha surpresa, fui informado sobre uma notícia que circula nas redes sociais - sobre uma uma pregadora bastante conhecida no meio pentecostal; que, além de retornar à prática homossexual, acaba de abrir uma nova igreja para homossexuais - juntamente com a sua parceira homoafetiva. Ouvi dizer que esta pregadora da Teologia da Prosperidade, em entrevista a uma emissora de TV, afirmou que a sua homossexualidade não pode ser transformada pelo evangelho - pelo fato de ser uma questão de orientação sexual e não uma opção pecaminosa.

Quanto a mim - embora ainda esteja vivendo por aqui - sou do tempo em que a notoriedade de um pregador tinha tudo a ver com a relevância do seu discurso e a profundidade bíblica de seus escritos. Era algo impactante ouvir de seus lábios o clássico "assim diz o Senhor" - seguido do trovejar da palavra profética - e sentir o coração bater mais forte; estimulado pelo agir sobrenatural de Deus. Não era necessário usar aqueles conhecidos "chavões"; nem camuflar o discurso! Isso porque o próprio Deus se encarregava de velar por Sua Palavra saída da boca do Seu profeta.

Me preocupa bastante a pregação do "evangelho da prosperidade". E não me refiro a algumas verdades pontuais inseridas no mesmo; mas sim ao "pacote" de coisas boas e ruins de que é constituído; o qual tentam nos "empurrar" garganta abaixo, em nome de um questionável retorno econômico e financeiro. Tenho percebido que muita coisa mudou no "reino dos homens de Deus", com a progressão deste "outro evangelho". O "evangelho da prosperidade" - ainda que propagado com a melhor das intenções, tem contribuído para destacar novos focos em detrimento do essencial (o de "saúde física" em detrimento de saúde espiritual; o de "riqueza material" em detrimento de riqueza espiritual). Até que ponto tudo isso irá chegar?

Não sou extremista ou preconceituoso, a ponto de condenar aqueles pregadores que oram por um copo com água ou por uma peça de roupa de um enfermo; ou mesmo pela chave do carro de alguém. Penso que se oramos por alimentos que ingerimos ou se ungimos um enfermo com óleo - por que não estender um pouco mais este serviço, dentro de limites razoáveis? Mas daí, a fazer propaganda do "óleo ungido", da "agua orada", ou do lencinho milagroso" vai uma grande distância! Afinal de contas, o cerne da pregação que salva, cura e liberta é Jesus! Somente Jesus!

De igual modo, não me oponho ao direito de alguns segmentos ou minorias; de procurarem criar uma igreja para si mesmos.
Todavia, me julgo no direito de reprovar tal atitude. E isso porque tenho aprendido na Palavra de Deus, que a Igreja do Senhor Jesus Cristo não é uma instituição criada por vontade do homem; nem para acolher gostos e tendências contrárias aos padrões bíblicos.

A Igreja de Cristo será sempre a comunidade dos fiéis; daqueles que foram lavados e remidos pelo sangue do Cordeiro, independente da idade ou de posição social, cor ou cultura. No seio da verdadeira igreja; povos, raças e tribos - à despeito das diferenças sociais, culturais e etárias - comungam e interagem como cristãos verdadeiros, em perfeita harmonia. E quando surgem diferenças que separam ou descentralizam igrejas, elas estão geralmente relacionadas com posicionamentos doutrinários, administrativos, litúrgicos ou ideológicos - nunca com hábitos, vícios, ou desvio de caráter.

A história e as gerações passadas são testemunhas das transformações sociais, morais e culturais promovidas pela igreja de Cristo. O evangelho nela pregado, é capaz de transformar o ser humano - por pior que tenha sido o seu caráter e conduta. O evangelho transformador tem o poder de chegar até ao ponto da divisão da alma e do espírito, operando ali o milagre do novo-nascimento -
trazendo à luz a nova criatura. Em suma: Este é o evangelho de Cristo - que nada tem a ver com o "outro evangelho" que tem sido largamente difundido por aí. Ele é também chamado de evangelho da graça; pois é capaz de trazer todos os homens à Deus. Chamado também de evangelho da cruz - o Evangelho de Cristo conclama o homem a renunciar às suas práticas mundanas e a se reconciliar com Deus por meio de Jesus. Ele foi pregado pelos apóstolos e pela Igreja de Jerusalém; sendo a igreja evangélica de confissão apostólica a sucessora desta gloriosa herança. Posso aqui afirmar que no evangelho do Reino pregado por Jesus está a cura e a libertação para o mal que domina esta pregadora e tantas outras pessoas que vivem em situação semelhante.

Aproveito para focar neste "post", o sagrado direito de expressão garantido na constituição brasileira; a qual também inclui o direito à crença. E n
o exercício desse direito, o discurso apologético é um dos recursos mais utilizados - tanto nos debates políticos como nos debates religiosos e outros. E este direito que a sociedade brasileira consagrou em sua carta magna, me garante a liberdade de defender os princípios que minha consciência religiosa adotou - contanto que os mesmos não interfiram no direito daqueles que pensam diferente. E esta liberdade de expressão permite denunciar práticas que agridem a moral e os bons costumes; transmitidos ao longo dos séculos pela sociedade humana evoluída e amadurecida; a qual - não é de hoje - vem entendendo que alguns atos e tendências são inconciliáveis com as mais elevadas tradições da família e da sociedade organizada; sendo também inaceitáveis à luz das Sagradas Escrituras.

Tenho notado que, na maioria dos casos notórios de decadência moral; o que se percebe em muitos, é a falta de vontade em abrir mão de vícios e pecados condenados na Palavra de Deus. E, supostamente devido a isso, alguns "profetas enlouquecidos" tentam camuflar ou renomear o pecado que os domina; procurando encontrar uma justificativa ou razão para permanecerem no tipo de vida desregrada na qual procuram sentir prazer e satisfação.

Vivemos uma espécie de reedição de tendências já condenadas pelos apóstolos no período da Igreja Primitiva. Naquele tempo havia a "igreja dos judaizantes" (esta continua existindo em nossos dias); a "igreja dos nicolaítas", etc. Hoje é possível encontrar a "igreja dos atletas"; a "igreja dos artistas"; a "igreja dos gays"; a "igreja das lésbicas"; e até mesmo a "igreja dos satanistas". No rumo em que as coisas vão, é provável que tenhamos, futuramente, a "igreja dos políticos"; a "igreja dos..." (não sei mais o que dizer).

Jamais serei obstrutor do direito de opinião e de opção dos homossexuais, dos satanistas, dos machistas, das feministas, ou de quem quer que seja - mesmo em se tratando de criarem uma igreja para si mesmos. Geralmente, me coloco à margem deste tipo de discussão, pelo simples fato de que estou bem seguro em minha convicção de que Deus sabe perfeitamente "quem é quem" no "reino dos homens". E Seu inevitável veredicto será dado naquele dia em que os Seus forem arrebatados deste mundo de horror e de contradições. Até lá, fiéis!

"Também sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados; especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas concupiscências, e desprezam toda autoridade. Atrevidos, arrogantes, não receiam blasfemar das dignidades, enquanto que os anjos, embora maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor. Mas estes, como criaturas irracionais, por natureza feitas para serem presas e mortas, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, recebendo a paga da sua injustiça; pois que tais homens têm prazer em deleites à luz do dia; nódoas são eles e mácula, deleitando-se em suas dissimulações, quando se banqueteiam convosco; tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecar; engodando as almas inconstantes, tendo um coração exercitado na ganância, filhos de maldição; Os quais, deixando o caminho direito, desviaram-se, tendo seguido o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça,mas que foi repreendido pela sua própria transgressão: um mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta" (2 Pedro 2.9-16).


Cordialmente;
Bispo Calegari

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Visita ao Distrito de Alegre II

Reunião de Obreiros

Após uma noite muito bem dormida, tomamos um delicioso café da manhã em casa do Pastor Gilberto Beloni - nosso SD no Distrito de Alegre. Aproveitamos também para conversar sobre diversos assuntos relacionados com a obra wesleyana no Sul do Espírito Santo. A hora do almoço, fomos surpreendidos com um delicioso almoço (põe delicioso nisso!), preparado pelo futuro sogro do Júnior - filho mais velho do casal, Pastor Gilberto Beloni e Gilvânia.

Após o almoço, fizemos uma breve viagem para a cidade de Alegre; onde teríamos, no templo da igreja de Alegre, a primeira reunião distrital de Obreiros do novo Distrito de Alegre. Para esta reunião, pudemos contar com toda a liderança distrital - na pessoa de seus pastores e presbíteros. Foi um período de grande edificação para todos nós, graças a Deus.

Deus me deu uma palavra inspirativa para a liderança reunida. Houve quebrantamento e glorificação, decorrente do agir do Espírito Santo em nosso meio. Após a reunião, foi-nos servido um delicioso lanche - antes do culto que se iniciou pouco depois dos obreiros lancharem. Pude perceber o excelente nível de unidade e comunhão existente entre os obreiros. Por aquilo que pude ver e sentir, creio que o Senhor fará grande coisas no Distrito de Alegre. Quanto ao culto que se seguiu - falaremos sobre o mesmo na próxima postagem.

IMW de Alegre

Em seguida ao intervalo para o lanche, foi iniciado o culto distrital no templo da igreja de Alegre. Foi um momento verdadeiramente maravilhoso. Um culto cheio da unção de Deus. Os pastores e presbíteros do distrito continuaram para o culto (com exceção do pastor Julio Cesar e seus obreiros, que precisaram voltar devido a assuntos urgentes). durante o culto, a igreja de Alegre homenageou os Pastores presentes.

Esta igreja vem sendo pastoreada por seu novo pastor Dejair Mattede Abelha; o qual vem procurando ir ao encontro de todos os membros, procurando desenvolver um ministério de assistência pastoral personalizada. Neste culto constatei que esta igreja - conhecida no passado como a igreja das sete mulheres - evoluiu bastante. E das sete mulheres que a compunham, somente a irmã Maria Rodrigues ainda está por ali (lembramos juntos a saudosa irmã Abigail, que já partiu para o Senhor).

Após o culto e os cumprimentos; fomos conduzidos pelo Pastor Dejair e sua esposa, para um jantar preparado para os obreiros (abençoado strogonoff com uma salada muito especial). Foi um momento de descontração e muita alegria. Podemos afirmar que o Distrito de Alegre inicia muito bem suas atividades. Deus tem grandes coisas a fazer no meio do Seu povo, aleluia! Ao final, viajamos de volta, para dormir em guaçui.

IMW de Guaçuí

No domingo pela manhã, tivemos uma abençoada Escola Dominical no templo wesleyano de Guaçui. O Aspirante Bruno André dirigiu louvor no culto da manhã. Logo em seguida, ministrei uma palavra aos jovens e adultos. Ao final, a liderança local ofereceu um almoço para toda a membresia (salpicão, salada de macarrão, feijão com muita carne picada, farofa).

A noite o diácono Miguel presidiu o louvor; Pâmela cantou um belo solo; Grupo "Razão de Viver" louvou com sua maneira característica. Estava presente o Presbítero Gilberto Medeiros, que dirige a Congregação do Bairro Manoel Monteiro Torres - com a ajuda do Pastor jubilado Sebastião Valentim.

Os pastores do Distrito estiveram neste último culto da visita que fizemos; com exceção dos pastores Carlos Rubim e Clebes - os quais, por motivo justo, não puderam estar. A igreja nos ofereceu como presente, dois roupões muito úteis e bonitos (o interessante é que dias antes, Celia e eu conversamos sobre a necessidade de compramos dois roupões, para usarmos quando estamos em casa - após o banho ou quando nos levantamos pela manhã). E, deste modo, terminamos esta maravilhosa visita. Glória a Deus por tudo o que presenciamos ali!

Cordialmente;
Bispo Calegari

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Pastor e seu brilho

Hoje pretendo escrever um pouco sobre o "Pastor". Segundo o Dicionário Aurélio, este substantivo tanto pode ser aplicado a um guardador de gado, como a um guardião ou mentor espiritual - incluindo os obreiros protestantes. Portanto; este termo tanto se aplica aos que cuidam dos rebanhos quadrúpedes; como também a quem cuida do rebanho do Senhor.

No Brasil, é costume tratar por "Doutor": Advogados, Engenheiros, Médicos, etc. Em assim sendo, em cartões de apresentação e placas, geralmente aparece abreviatura "Dr". E este mesmo tratamento se dá ao Pastor; o qual tem o "Pr" a anteceder o nome. Na vida de muitos, o termo se juntou ao seu prenome, sem o qual jamais são tratados - a não ser pelos familiares e pessoas muito íntimas.

Nesta reflexão, pretendo utilizar o recurso da aliteração; com o intuito de chamar a atenção para três palavras que tem uma relação direta com o ministério pastoral. E estas três palavras têm, como letras iniciais o "Pr" (abreviatura de Pastor). São elas: Presença, Propósito e Providência. As mesmas representam uma espécie de tripé de sustentação do ministério pastoral.

Elas tanto têm relação direta com o Deus que chama e capacita homens para o ministério; como também, identificam o nível de responsabilidade de um pastor, cujo ministério pastoral é voltado para o cuidado e bem estar do rebanho sob seus cuidados. Vejamos então a sua importância no desempenho da missão pastoral:

Presença

Um pastor, para ser bem-sucedido em seu ministério, precisa estar sempre na presença de Deus. É esta gloriosa Presença que traz brilho à sua face e ao seu trabalho pastoral. Um extraordinário testemunho a este respeito, é aquele em que a Palavra de Deus relata que "Quando Moisés desceu do monte Sinai, trazendo nas mãos as duas tábuas do testemunho, sim, quando desceu do monte, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, por haver Deus falado com ele" (Êxodo 34.29).

E este brilho, resultante do fato de Deus falar conosco, precisa resplandecer aos olhos daqueles com quem convivemos em nosso dia-a-dia. O próprio Jesus demonstra a importância deste brilho, quando nos exorta: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mateus 5.16). E na verdade, não existe a menor chance de obtermos este brilho sobrenatural; sem que estejamos na presença de Deus, ouvindo a Sua voz.

Propósito

Ao estudamos sobre o propósito de Deus na Bíblia, nos enriquecemos com o testemunho de Jó; o qual já se tem, inclusive, inspirado belas canções: "Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido" (Jó 42.2). Na verdade, todo pastor precisa entender que o propósito de Deus deve ser levado na mais alta conta. A própria Bíblia nos ensina que o divino propósito agrega valor às demais coisas em nossa vida. Pastor algum, por mais habilidoso e carismático que seja, conseguirá sair-se bem em sua missão - caso comece a se afastar do propósito de Deus para com sua vida.

Durante os meus 43 anos de ministério, observei pastores que começaram muito bem a sua carreira ministerial - dedicando-se com zelo e amor em prol das vidas à si confiadas. Entretanto, alguns deles, deixando-se influenciar pelos cuidados e influências deste mundo, acabaram por perder o brilho de Deus em suas vidas; a ponto de se divorciarem do propósito do Senhor. E a partir daí, tornaram-se frios e indiferentes - cada vez mais distantes de sua missão - tornando-se apenas profissionais do púlpito.

Um bom antídoto contra este mal é manter os olhos postos na Palavra de Deus. O Apóstolo Pedro nos exorta a sermos bons pastores, exortando: "Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontâneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis a imarcescível coroa da glória" (1 Pedro 5.2-4).

Um fato ainda mais grave: Alguns desses pastores começam a enveredar pela senda do pecado. A princípio, por descuido, enredando-se em laços que o inimigo preparou para apanhá-los. Mas, com o passar do tempo, foram submergindo no lodaçal do pecado - tornando-se contradizentes. "Prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção; porque de quem um homem é vencido, do mesmo é feito escravo" (2 Pedro 2.19).

Nunca nos esqueçamos que o nosso Deus tem em alta conta o Seu Propósito. Jamais transigirá ou abrirá mão dele! Ouçamos o que Ele mesmo diz quanto a isso: "Chamando do oriente uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu conselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propósito, e também o executarei" (Isaías 46.11). Portanto, não é errado supor que o homem de Deus que intentar contra o propósito do Senhor, irá sofrer consequências desastrosas!

Providência

Esta é uma das coisas que aprendi muito cedo em meu ministério pastoral: A depender plenamente do Senhor. Sou grato a Deus por ter sido discipulado em uma escola de ministério que não previa salário determinado, plano de saúde, igreja próspera e outras vantagens. Fomos ensinados a viver exclusivamente daquilo que o rebanho pudesse nos oferecer. Ou seja: vivíamos do nosso próprio trabalho. E foi um ótimo tempo - do qual tenho saudades! Celia e eu, em muitas ocasiões, oramos na noite anterior pelo pão do dia seguinte. E o nosso Deus sempre entrou com providência! Foram tempos difíceis... Mas crescemos e amadurecemos com isso.

Algo que sempre me abate; é quando percebo pastores que já nem conseguem esconder que estão no ministério apenas pelo salário que recebem. E como são bons em cobrar subsídios atrasados! Chego a pensar que alguns desses são até mesmo capazes de acionar a Igreja do Senhor na justiça do trabalho, em busca dos seus "direitos". Enquanto isso, seu rebanho vai definhando - tornando-se empobrecido e incapaz de sustentar um obreiro que só pensa em si mesmo. Lamentável! O fim dos que assim procedem será sempre humilhante e doloroso; pois, o acerto de contas com Deus é sempre no "final do dia".

Quando um homem de Deus vagueia longe de Sua Presença e do Seu Propósito, acaba também por se distanciar de Sua Providência. E a partir daí, começa a depender da fidelidade de outros obreiros para sobreviver. Sem condições de ser mantido por seu rebanho, devido a falta de providência de Deus; começa então a exigir ser mantido mediante o trabalho próspero daqueles que estão produzindo. E estes últimos precisam então produzir dobrado: Tanto para si mesmos como para aqueles que não conseguem se firmar sobre as promessas do Deus da Providência.

Conclusão

Todavia, sou o primeiro a reconhecer a justa necessidade de alguns pastores; de receberem ajuda externa. Sim! Eles necessitam de amorosa ajuda, devido ao fato de estarem em trabalho pioneiro ou deficitário. E devem mesmo ser ajudados! Entretanto, olho com preocupação o fato de existirem pastores vivendo nesse estado de carência a muito tempo. É como se tivessem se acomodado a uma situação de dependência crônica.

E os que se encontram nesse estado, precisam tomar uma atitude e reagir com fé - buscando em Deus - e de Deus - os meios para que seu ministério seja próspero. Por experiência própria, posso garantir que se um pastor buscar a Presença de Deus continuamente - e andar segundo o seu divino propósito - vivendo dependente da Sua Providência; os recursos vão se multiplicar e tudo irá mudar em sua vida. Disso tenho absoluta certeza!

Cordialmente;
Bispo Calegari

domingo, 3 de julho de 2011

Visita ao Distrito de Alegre I

O Distrito de Alegre, no sul do Estado do Espírito Santo, é um dos seis Distritos criados em nosso último Concílio Regional. Já estive visitando quatro desses novos distritos; faltando agora apenas o distrito de Cataguases.

IMW de Iuna

Nossa primeira visita foi a igreja de Iuna. Chegamos um pouco antes do culto. O SD do Distrito - Pastor Gilberto Beloni - juntamente com sua esposa, irmã Gilvânia, já se lá se encontrava; e foi nos buscar num local combinado, juntamente com o Pastor Clebes - titular da igreja local. Célia e a irmã Gilvânia ficaram conversando sobre a obra do Senhor, enquanto os pastores Gilberto Beloni e Clebes me informavam sobre o estado atual da igreja. Logo em seguida, a irmã Terezinha, esposa do Pastor Clebes, nos convidou para o jantar. O frango frito, arroz, feijão tropeiro, torresmo, batata com maionese, macarrão e salada tornaram a mesa irresistível.

Os cultos da igreja de Iuna estão sendo realizados temporariamente na Congregação do Pito, pois o templo sede foi demolido (estava em condições precárias - em situação de risco). Além de nós, estavam também presentes: O Pastor Carlos Rubim e sua esposa Anunciata - da igreja de Ibatiba; e o Pastor Dejair e sua esposa Marta - da igreja de Alegre. No culto, além dos irmãos do congregação e da sede, estavam também presentes os irmãos da Congregação do Alto Bela Vista e de Serrinha. Após pregarmos e orarmos pelo povo, o culto foi encerrado com os abraços e cumprimentos de praxe.

Ao término do culto, fomos dar uma olhada no terreno da igreja sede - no qual já se iniciaram as obras de construção do novo templo. Após a visita, viajamos para Guaçuí; para nos hospedarmos em casa do Pastor Beloni. No próximo "giro"relataremos a visita as igrejas de Alegre e Guaçui; bem como a reunião de obreiros que ali presidimos. Até lá então.

Cordialmente;
Bispo Calegari

sábado, 2 de julho de 2011

Culto de Reintegração

Ao longo de minha vida tenho percebido, em diversas ocasiões, que uma das cenas que mais abatem uma família é a partida de um filho - seja para uma viagem demorada, ou mesmo temporária. E mesmo em um centro de convivência mais amplo - como uma igreja, por exemplo - a despedida de um membro, seja por viagem ou mesmo transferência, sempre traz um sentimento de perda.

A algum tempo, por razões que não cabe mencionar neste post, a IMW de Visconde do Rio Branco - na zona da mata mineira - assistiu a partida do Presbítero e Aspirante Baesso. Foi uma grande perda para a IMW ! Ele organizou um trabalho próspero na cidade, ligando-se a uma outra denominação. No entanto, a formação wesleyana e o sentimento de saudade pesou mais forte... E ele voltou!

E lá estávamos nós - para dar-lhe as boas vindas. Ao rumarmos para o salão de cultos da nova IMW, percebemos uma crescente movimentação - clima de festa mesmo! Esta igreja, que será a segunda IMW na cidade de Visconde de Rio Branco, já tinha formado uma comissão de recepção devidamente uniformizada, que formava duas alas, para receber os que iam chegando. O Presbítero e Aspirante Márcio Baesso, juntamente e sua esposa Cristiane, cuidavam dos últimos detalhes para este culto histórico.

Anotamos a presença dos seguintes obreiros: Pastor Yankee e sua esposa Izabel - com os Presbíteros José Paulino e Reginaldo e os Diáconos Gileadi (IMW de Visc Rio Branco); Pastor Marcelo e sua esposa Adelânia Cláudia - com a Missionária Maria da Cruz (IMW de S. Geraldo); Pastor Francel com Presbíteros Silvano e Romaiol (IMW de Guiricema); Pastor Cláudio Flores e sua esposa Eni - com o Presbitero Levi e o Diácono Eli (IMW de Valão do Guiricema). Pastor Cloudualdo e sua esposa cujo nome ainda não gravei - com o Presbítero e Aspirante Celso e o Diácono Aijalon (IMW de Guidoval); Pastor Hernane e sua esposa Martinelly (IMW de Tocantins); e o Aspirante Carlos com o Presbítero Cicinho (IMW de Ubá). Além destas presenças, haviam também diversos irmãos wesleyanos daquela área.

O tão esperado Culto de Reintegração teve o seu início, com a participação do Ministério de Louvor; e foi marcado por um maravilhoso agir de Deus. Em seguida, o Aspirante Baesso assumiu e logo passou a palavra ao Pastor Yankee. Todos os Pastores presentes tiveram oportunidade e fizeram questão de demonstrar a alegria que sentiam com o retorno do Baesso - acompanhado da família e da comunidade que se reúne com ele. Em seguida, preguei a Palavra de Deus. Ao final, era emocionante ver os irmãos se abraçando. Enquanto nos cumprimentávamos, fiquei conhecendo pessoalmente Edivânia e Gildete, que me foram apresentadas por Baesso como as duas tesoureiras da igreja.

Ao final do culto, fomos convidados para um jantar em casa do Baesso - juntamente com o Pastor Yankee e sua esposa. Estavam também presentes neste jantar os Presbíteros José Antonio e Marcelo - auxiliares do Aspirante Baesso na nova IMW; e também o casal Davi e Regina - membros históricos da IMW na zona da mata - que já foram membros da antiga IMW do Parque Bristol, em S. Paulo, durante o tempo em que moraram e trabalharam naquela capital. Enquanto conversávamos um pouco, a irmã Lindaura (sogra do Baesso), ajudava sua filha Cristiane nos últimos detalhes do jantar, que foi delicioso!

Ao nos despedirmos, fomos descansar em casa do Pastor Yanke. Continuamos a viagem na manhã seguinte - após o delicioso café da manhã que o casal nos preparou.

Cordialmente;
Bispo Calegari

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Visita ao Distrito de Muriaé

Há muito tempo não enfrentavavamos barreiras tão difíceis, para fazer um "giro episcopal". Tínhamos agendado um compromisso com a IMW de Barra - desde o final do ano passado. Portanto, tal antecedência parecia garantir relativa facilidade no cumprimento desta missão. Ledo engano!

Esta foi uma das mais dificultosas visitas que já fizemos. E as dificuldades começaram bem antes de sairmos - ainda em casa. Haviamos prometido ao Pastor Renato Jabor estar no trabalho de sábado. Todavia, por motivo de saúde de Maria Celia, só tivemos condição de viajar no domingo (como algumas estradas pelas quais transitamos são bastante sinuosas; ela, as vezes, acaba sendo afligida por algumas crises de labirintite).

Li uma vez, que o perigo ao longo de uma caminhada - não são as grandes pedras encontradas ao longo do caminho; e sim os pequeninos grãos de areia que se introduzem dentro do nosso calçado; e que, aos poucos, vão nos incomodando e ferindo os nossos pés; podendo após algum tempo tornar inviável o nosso passeio. Mas, graças a Deus, conseguimos cumprir mais esta etapa da jornada - apesar dos percalços.

Congregação Wesleyana do Alto Gaspar

Assim que chegamos em casa no Pastor Renato Jabor, ele e a irmã Duciléia nos levaram a um tradicional restaurante do lugar; o qual serve a famosa "traíra sem espinha" e "filé de Tilápia" (são deliciosos os pratos servidos ali). E não parou por aí! Logo após o almoço, já havia um compromisso a nossa espera; no Bairro do Gaspar, na congregação do Alto Gaspar. Já havíamos feito uma visita, a uns dois anos, a congregação da igreja de Safira na parte baixa do Gaspar. Desta feita, fiquei conhecendo a congregação da igreja de Barra, na parte alta. Este trabalho foi estabelecido pelo Presbítero Mauro, que o dirigiu durante algum tempo. Hoje, a congregação é dirigida pelo Presbítero Vladmir.

Fiquei admirado com a frequência; porque, sendo três horas da tarde, o culto foi bastante concorrido. A congregação demonstra muita vitalidade; um grupo bem entusiasmado. O Ministério de Louvor fez a parte introdutória, com muita dedicação e humildade. Preguei a Palavra de Deus com muita liberdade no espírito. Ao final, o cerimonial da congregação, através da esposa do Presbítero Vladmir, passou às nossas mãos dois presentes - para Celia e eu. Como Celia permaneceu descansando em casa do Pastor Renato Jabor, devido a algum mal estar que ainda sentia, tornei-me portador desta demonstração de amor e carinho por parte da Congregação do Alto Gaspar.

IMW de Barra

Enfim, chegamos ao culto da noite na igreja de Barra - um dos bairros de Muriaé. Como das outras vezes em que lá estive, o culto foi marcado por um clima de muita alegria e interatividade. Além do Ministério de Louvor, que nos conduziu na presença de Deus, em maravilhosos cânticos de adoração; houve também a participação de uma banda, cujos componentes são membros da igreja de Eugenópolis. Pude perceber que eles são especiais neste ministério; se continuarem com a mesma dedicação e humildade, poderão ir bem mais longe. Preguei a Palavra de Deus; chamei o povo a oração e sentimos ali um agir especial de Deus.

Após os cumprimentos, o Pastor Renato Jabor e a irmã Duciléia nos levaram para sua casa - onde estávamos confortavelmente hospedados; e ali, juntamente com seus filhos, noras e futuro genro, fomos servidos com pizzas feitas "no capricho". Mas, como o Pastor Geraldo Lúcio e Marleide também estavam por perto - pregando na igreja central de Muriaé; logo chegaram, conduzidos pelo Pastor Robson - SD do Distrito de Muriaé - que trazia um caldeirão com o uma deliciosa iguaria denominada "péla égua" (do verbo pelar - o prato é muito quente) que nada mais é do que a famosa "canjiquinha com costelinha". Esta iguaria foi feita no encerramento do trabalho na igreja central; a qual gentilmente compartilhou conosco.

No dia seguinte, após um agradável café da manhã com o Pastor Renato Jabor e sua esposa; continuamos a viagem; pois, tínhamos uma missão muito especial a cumprir em Visconde do Rio Branco, a cerca de noventa km dali; sobre a qual falaremos em próxima postagem.

Cordialmente;
Bispo Calegari

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