Hoje - ao me levantar para buscar a face do Senhor a Quem sirvo - me dei conta de que minha família diminuiu, com a partida de minha saudosa sogra/mãe Delza para descansar sob o altar de Deus. Todavia, não senti aquele sentimento de perda que as pessoas sempre sentem, quando um ente querido parte para a eternidade. Tentando entender a ausência deste sentimento, pude perceber que a sensação de perda não vingou, especialmente pelo fato de que não a perdemos... Ela tão somente viajou um pouco antes de nós; para o mesmo lugar em que viveremos eternamente. Nossa casa continua repleta de nossos queridos parentes, mesmo com a partida de alguns. No entanto, a vida é assim mesmo: Uns indo e outros voltando; e, novamente partindo. Mas, não foi apenas isso que aprendi. É que enquanto eu orava, o Espírito me fez entender outra verdade sobre o sacrifício de Cristo; sobre a qual nunca li ou ouvi qualquer menção por parte de alguém.
A verdade à qual me refiro é sobre o que nos une ao Cristo da cruz. É verdade! O sacrifício do "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Como é bom saber que Êle se entregou ali por nós; para nos garantir perdão. Neste mundo é algo comum levarmos alguém ao altar do sacrifício; porque, afinal de contas, é bem mais simples e menos doloroso transformar em holocausto alguém que não seja nós mesmos. Então, muitas vezes, preferimos revidar; fazendo sofrer aqueles que - em algum momento - nos fizeram também sofrer. Afinal, por que não retribuir a alguém com a mesma dôr com que este alguém nos infligiu? É verdade... Este tipo de retribuição traz um gostinho de prazer sem paz e sem aceitação diante de Deus Pai. Então, por que não perdoar; se perdão custa menos e enobrece mais? Como foi bom para mim, descobrir que perdoar pode até não dar aquela sensação de vingança que a retaliação sempre dá. Contudo, eu afirmo: Perdoar é bem melhor!
Enquanto eu refletia, pensei nos judaizantes - do passado e do presente - e sua insistente luta em revitalizar símbolos e costumes judeus que foram definitivamente descartados na vigência da Nova Aliança. Por que eu preciso me tornar "judeu", se é bem melhor eu continuar sendo cristão? "Mas - alguem diria - não podemos ser as duas coisas ao mesmo tempo?" E eu respondo: Sim, podemos! No entanto, só se formos judeus vestidos de cristãos; não cristãos vestidos de judeus. E por que respondo assim? Porque não devemos misturar verdades que a Nova Aliança separou, até que Jesus retorne. Então, Ele finalmente terá os dois povos em um só "Corpo". Afinal, por que oferecer sacrifício em altar retangular, horizontal e transitório, de quatro pontas; se, o altar vertical permanente de quatro pontas cruzadas é mais atual? E, neste último, Jesus não ofereceu alguém a quem amava... Êle se ofereceu a Si mesmo pela humanidade que amou e pela qual se entregou.
Cordialmente;
Bispo Calegari
Bispo Calegari
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