Tolerância para com os fracos na fé
"1 ORA, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas. 2 Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. 3 O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. 4 Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio SENHOR ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar. 5 Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente. 6 Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o SENHOR não come, e dá graças a Deus. 7 Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. 8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor"
(Romanos 14.1-8).
Com este artigo, estou concluindo o estudo com o tema "Lei ou Graça", em três partes. Como já tenho declarado, meu objetivo é fazer a defesa da graça de Deus revelada em Cristo Jesus. Desde que comecei a pregar, tenho procurado afinar o meu ministério com as doutrinas apostólicas. E qualquer um que examine as mesmas, irá perceber que não falo por mim mesmo.
O grande Apóstolo Paulo foi o pioneiro na tarefa de elaborar a defesa da graça de Deus, em meio aos ataques perpetrados contra ela, por parte dos judaizantes de seu tempo. Na verdade, o Espírito Santo o ungiu para proclamar a graça salvadora em todos os lugares por onde andou.
Cheio de ousadia, ele declara: "Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde" (Gálatas 3.21). Ao colocar a pregação da fé em nível superior às obras da Lei, ele indaga aos crentes gálatas: "Aquele, pois, que vos dá o Espírito, e que opera maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?" (Gálatas 3.5). E sabemos que este grande Apóstolo enfrentou sérios problemas com os judaizantes devido a suas posições apostólicas.
Prazo de validade da Antiga Aliança
É fato que até a vinda de Jesus, a Antiga Aliança estava em pleno vigor. As Escrituras afirmam que o Messias veio em primeiro lugar para os judeus: "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (João 1:11). Os "seus" referidos neste texto são de fato os judeus.
Ao enviar os seus discípulos, o Senhor deu ordens específicas, deixando bem claro a prioridade da missão: "Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mateus 10.5-6). Realmente, a mensagem da graça salvadora deveria ser pregada primeiro aos judeus, devido à promessa feita a Abraão - até que estes a rejeitassem formalmente.
Em certa ocasião, Jesus foi abordado por uma mulher desesperada, que clamava em favor de sua filha possessa:"Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós. E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mateus 15.23-24). Neste texto, vemos que os próprios discípulos intercederam em favor dela; mas ele deixa claro aos discípulos o seu primeiro compromisso.
Fica claro nas Escrituras do Novo Testamento que a Antiga Aliança tinha prazo de validade. E este estava prestes a terminar. "Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar" (Hebreus 8.13). Na verdade, todo o capitulo 8 da epístola aos Hebreus mostra a superioridade da nova Aliança: "Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas. Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda" (Hebreus 8.6-7).
Rejeição pelos judeus: Senha para a Nova Aliança
O texto de João 1.11 declara que "os seus não o receberam". Portanto, neste texto está implícita a rejeição - consumada por ocasião de sua crucificação e morte. E ele se refere veladamente a esta rejeição, ao proclamar: "E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim" (João 12:32). No último ato do seu martírio na cruz, Jesus declara que tudo está consumado: "E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito" (João 19.30).
Após ressuscitar, e antes de ascender ao céu, Jesus proclama a Grande Comissão: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15). E, deste modo, os discípulos foram cientificados que a porta da graça fora aberta. Sua missão agora não era apenas ir às ovelhas perdidas da casa de Israel; mas, por todo o mundo - proclamando a salvação a toda a humanidade.
Podemos perceber nas Escrituras, que o Apóstolo Paulo foi aquele a quem foi dada a plena revelação desta verdade. Seus escritos, divinamente inspirados, fazem a apologia da Nova Aliança; demonstrando por todos os meios que a graça revelada em Cristo era superior a lei dada por Moisés. Inclusive, demonstra o caráter profético da rejeição de Cristo pelos judeus.
"Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado" (Romanos 11.25). Com esta afirmação, ele demonstra que a rejeição de Cristo pelos judeus tornou-se necessária, para que a salvação pudesse ser anunciada a toda a criatura.
A Cruz é a base da nova aliança de Deus com os homens
Ao desafiar os seus discípulos, Jesus associa o verdadeiro discipulado com a cruz: "E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me" (Lucas 9:23). "E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo" (Lucas 14:27). Fica bem claro nestes textos que ser discípulo significa levar a cruz.
Lemos nas Escrituras que o Evangelho de Cristo é também chamado de Palavra da Cruz: "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus" (I Coríntios 1:18). Não tenho a menor dúvida de que a cruz é o nosso "altar de quatro pontas".
Paulo chama a atenção para o fato de que alguns cristãos procuravam submeter-se ao judaísmo, apenas para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo: "Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo" (Gálatas 6:12).
E Paulo dá o seu testemunho pessoal, apresentando-se como crucificado com Cristo: "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo" (Gálatas 6:14). "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gálatas 2:20).
E proclama todas as coisas são justificadas e reconciliadas com Deus, mediante o sangue de Cristo derramado na cruz: "E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus" (Colossenses 1:20).
Quero concluir este assunto com o seguinte texto
(Colossenses 2.06-23).
Cordialmente;
Bispo Calegari
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