quarta-feira, 14 de julho de 2010

O "Pacote" da Missão (parte inicial)

"Tendo acabado Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades da região. Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras do Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro? Respondeu-lhes Jesus: Ide contar a João as coisas que ouvis e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar de mim" (Mateus 11.1-6).

Podemos encontrar neste texto bíblico, tres elementos fundamentais sempre presentes na rotina do ministério do Senhor Jesus: 1. Ele instruia sistematicamente seus discípulos; 2. Ele ensinava e pregava a todos, sem distinção; 3. Ele curava e libertava os cativos, desfazendo as obras de satanás. Se a Comissão de Cristo tivesse que ser resumida, certamente que este seria o seu resumo, mesmo que com variados formatos.

O conceito de "Comissão" tem sido largamente utilizado; tanto por Agências Missionárias presentes em diversos países do mundo, como por Igrejas que se voltam para o desafio missionário produzido pelos gritos de socorro da humanidade. Tanto por pastores, como por mestres e evangelistas que vivem a trabalhar, tanto na definição do termo como em sua aplicação prática. O consenso geral é que sua base fundamental está no texto que registra as últimas palavras de Cristo a Seus díscipulos, antes de ascender aos céus - conhecido como a "Grande Comissão" (muitos resumem o termo, chamando-o simplesmente de "IDE"). Na verdade, ao examinarmos nas Escrituras os textos que embasam este conceito, constatamos a existência de três comissões, conforme resumo abaixo:

"Pequena Comissão"

"Reunindo os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curarem doenças; e enviou-os a pregar o reino de Deus, e fazer curas, dizendo-lhes: Nada leveis para o caminho, nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem tenhais duas túnicas" (Lucas 9.1-3).

Longe de ser pequena em seu conteúdo; achamos por bem assim chamá-la, devido ao fato de que se restringiu ao número seleto de doze discípulos. E também por ser de curta duração, a ponto de Jesus orientar que não precisariam levar nada - nem comida, roupas, etc. Enfim, esta "pequena comissão" seria cumprida - casa a casa - nos arredores. Podemos considerá-la como uma espécie de laboratorio - o embrião da "Grande Comissão".

"Média Comissão"

"Depois disso designou o Senhor outros setenta, e os enviou adiante de si, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir... Também, em qualquer cidade em que entrardes, e vos receberem, comei do que puserem diante de vós. Curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus" (Lucas 10. 1, 8, 9).

Assim a chamamos, devido ao fato de que a mesma envolve um número maior de comissionados - 70 ao todo. E também porque o seu raio de ação é bem maior do que a primeira. O alvo imediato, são cidades e lugares por onde Jesus passaria. Examinando cuidadosamente o texto em sua plenitude, perceberemos que tinha tudo a ver com uma missão de reconhecimento e de preparação para algo maior - a chegada posterior do próprio Jesus a esses lugares. Em relação à Grande Comissão, podemos ver a "Pequena Comissão" como seu embrião; já a "Média Comissão" pode ser vista como seu elemento de transição.

"Grande Comissão"

"Estando com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias. Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe, dizendo: Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel? Respondeu-lhes: A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria autoridade. Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra. Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos" (Atos 1.4-9).

Está é a última comissão feita por Jesus, antes de ser elevado aos céus - a Grande Comissão! Nela, os discípulos não precisariam retornar com os seus relatórios, como aconteceu nas anteriores. Também, não seria limitada no tempo ou nas épocas, conforme Jesus advertiu. Seu teatro de operações não seria restrito a uma ou outra casa; a uma ou outra cidade. Seu raio de ação iria se estender aos confins da terra, conforme Jesus sentenciou. O retorno dos discípulos com relatório torna-se nela desnecessário, porque o próprio Jesus retornará, para o inevitável acerto de contas, quando a "Grande Comissão" for concluída.

Pretendemos concluir este assunto em "O Pacote da Missão (parte final)", dentro de um ou dois post. Então, Até lá!

Cordialmente;
Bispo Calegari

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