sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Pacote da Missão (parte final)

Conforme anunciamos na parte inicial deste estudo, pretendemos aqui dar um desfecho ao tema (o que não significa que o assunto se tenha esgotado). O que nos motiva nesta parte final, é a necessidade que sentimos, de chamar a atenção de todos para um componente, que e de fundamental importância, encontrado nas tres comissões. Este componente justifica o termo "pacote", como um recurso indispensavel para o "modus operandi" da mesmas. Portanto, segundo o meu entendimento, sua presença torna-se essencial para o pleno cumprimento da missão.

O Sobrenatural de Deus

Na "Pequena Comissão", Jesus estabelece um procedimento padrão: "Reunindo os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curarem doenças; e enviou-os a pregar o reino de Deus, e fazer curas" (Lucas 9.1-2),

Na "Média Comissão", este procedimento padrão é lembrado pelo Mestre: "Também, em qualquer cidade em que entrardes... Curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus" (Lucas 10. 8-9).

Na "Grande Comissão" Jesus adverte quanto a necessidade de revestimento: "Estando com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias" (Atos 1.4-5).

A Promessa de Deus

Na narrativa de Marcos, concernente a "Grande Comissão", os detalhes deste procedimento padrão apontam para o sobrenatural de Deus interagindo com os que por Ele são enviados: "E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam" (Marcos 16.17-20).

E aqui eu me dirijo aos pastores e obreiros da II Região - aos que foram chamados pelo Senhor, para o cumprimento do "IDE" de Jesus: Isso diz respeito a todos nós! Não somente aos doze; não somente aos setenta - mas a todos nós, que fazemos menção do nome do Senhor. Se em nosso ministério, a nossa palavra não está sendo confirmada com os sinais presentes nesta promessa, precisamos examinar cuidadosamente o que está impedindo este mover sobrenatural. É hora de repensarmos toda a nossa maneira de atuar, no exercício do nosso ministério.

O verdadeiro não deve ser anulado pelo falso

Muitos são ferrenhos defensores de que fomos chamados para doutrinar. E de modo geral, a grande maioria dos doutrinadores tem o hábito de se julgar "infalíveis" em sua maneira de interpretar e doutrinar (talvez, devido a isso, existam tantas falsas doutrinas no mundo; mesmo no meio do povo de Deus). Não nego, de maneira alguma, que o discipulado do cristão seja elementar. Todavia, nenhuma ação humana, mesmo as mais embasadas e bem intencionadas, poderá subistituir a ferramenta que Deus põe `a nossa disposição, mediante o agir sobrenatural do Seu Espírito.

É muito comum vermos obreiros tentar minimizar a importância dos milagres; ou mesmo, procurar "defeitos" em milagres ocorridos, para então formular suas críticas temerárias, tanto nos milagres como nos agentes dos mesmos. tais obreiros, ao invés de incentivar a fé no sobrenatural de Deus, vivem a promover a incredulidade quanto aos mesmos.

Cuidados a serem tomados

A longo do meu ministério, tenho percebido duas ocorrências bastante comuns:
1. A manifestação de falsos "milagres", ainda que com motivação correta: Por diversas vezes, percebi precipitação na divulgação de um suposto milagre, que não se comprovou. Não que tenha havido má-fé na divulgação do mesmo; e sim desnecessária e lamentavel precipitação. Não existe necessidade de tentar "ajudar a Deus" na pressa de divulgar um milagre feito por Ele. Os milagres, por si mesmos, se comprovam.
2. Também tenho visto a ocorrência de milagres verdadeiros, mas com motivação errada. Isso acontece, quando alguém é usado por Deus para operar milagres em Seu nome; e depois procura tirar vantagem disso. Alguns chegam mesmo a tentar buscar glória pessoal no ocorrido, ousando roubar a glória de Deus. Conheço casos de obreiros que submergiram nessa loucura. E hoje, sob a tese da "determinação", o perigo é ainda maior do que no passado.

Conclusão

No entanto, o que cada homem ou mulher de Deus precisa saber, para a sua própria sobrevivência espiritual, é que Deus conhece aquilo que está encoberto: seja intenção, sentimento, e até mesmo pensamento. Os bastidores do coração humano estão ao alcance do Seu olhar, seja para aprovar; seja para condenar. Deste modo, cada um responderá diante do tribunal de Cristo; não apenas pelas ações, mas também pelas motivações.

Ao fim da jornada, quando comparecermos perante o Senhor, obreiro algum será galardoado por Deus em função de suas boas intenções; pois, no quesito "Missão", não é suficiente agirmos com a melhor das intenções. O que vai determinar o prêmio é o acerto em suas escolhas, motivações, e procedimento. Deus não se deixa enganar. Nem mesmo os segredos mais bem guardados escapam ao seu conhecimento.

Cordialmente;
Bispo Calegari

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