quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sou o que sou pela graça de Deus

Desde que me entendo por crente, tenho pensado muito no conceito de identidade espiritual. A meu ver, a identidade espiritual se sobrepõe, até mesmo, a identidade civil. Tenho plena consciência quanto ao fato de que vivo em um mundo de aparências. E estou perfeitamente convencido de que a aparência deste mundo passa...

A bem da verdade, não posso nem devo julgar com demasiado rigor aquilo que acontece neste nosso mundo. E, muito menos, julgar as pessoas que nele habitam. E não me atrevo a ser juiz, por saber que o estado de aparência em que este mundo vive, pode me induzir a um julgamento temerário a respeito de alguém que não seja aquilo que julgo que seja.

É isso mesmo. E é fácil perceber que este mundo de aparências é composto de pessoas boas e pessoas ruins - convivendo e interagindo socialmente - sem que tenhamos como identificar "quem é quem", até mesmo entre aqueles que julgamos conhecer bem. Esta é a razão pela qual ficamos frustrados, todas as vezes em que somos afligidos e magoados por alguém insuspeito.

O que fazer então? Fugir do mundo não posso. Me alienar também não. E a tentativa de utilizar o recurso de camuflagem do camaleão também não daria certo comigo (jamais conseguiria ser "bom entre os bons" e "mau entre os maus" - como se, para isso, bastasse mudar de roupa; ou de pele - cultivando dois tipos de personalidade ou caráter).

Então... Como proceder? Minha conclusão é que o Espírito de Deus pode me conduzir, em meio a tudo  isso, tangendo minha vida - entre favoráveis e contrários; entre admiráveis e desprezíveis - guiando-me em toda a verdade. Que bênção! O Espírito pode me fazer caminhar, neste mundo de aparência, levando-me ao cumprimento integral de minha missão!

E minha missão é ser uma referência de vida com Deus. Devo ser o "perfume de Cristo", em um mundo multi-cheiros. Devo ser gentil em meio aos agressivos; paciente em meio aos agitados; sincero em meio aos hipócritas; humilde em meio aos arrogantes; abençoador em meio aos amaldiçoantes. Enfim... Devo me situar entre "os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa" (I Coríntios 7:31).

E assim pensando, sinto-me plenamente convencido de que sou um homem de Deus enviado a um mundo sem remédio, repleto de vidas necessitadas do amor do Pai, pregando o evangelho da graça e anunciando libertação e salvação em Cristo Jesus - sem me deixar envolver pela concupiscência deste mundo; pois, a Bíblia nos adverte que "o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (I João 2:17).

Cordialmente;
Bispo Calegari

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