sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Orar é a melhor terapia

Nesta manhã, como sempre faço, me prostrei diante do Deus eterno. Enquanto me ajoelhava, gritava dentro em mim uma profunda convicção que tenho: "Jamais me arrependerei dos momentos que passo, em oração, na presença do meu Deus!". E ali, no lugar onde os fortes se igualam aos fracos - enquanto o meu grito de certeza ecoava nos bastidores da minha vida - meus pensamentos se voltaram para os meus filhos.

Enquanto iniciava a minha oração, pensava nos homens de Deus do passado - cuja história de vida teria sido gloriosamente completa, caso tivessem tido a sorte de ver os seus filhos prostrados, assim como eles, no altar do Senhor. Davi e Samuel se sobressaíram nesta relação. Sofri por causa deles; todavia, não me senti muito diferente.

Sou pai de quatro filhos: Calegari Filho, Elizeu, Ezequiel e Daniela. As vezes penso que os meus queridos filhos jamais virão a compreender plenamente o prazer que sinto por ser seu pai. Na verdade, não tenho a menor ideia daquilo que eles pensam - quanto a minha condição de ministro de Deus. Embora estejam sempre relativamente perto de mim; sinto em meu espírito que - de um modo inexplicável - não consigo tocá-los.

Quando estamos no altar da oração - algumas coisas acontecem, sem que entendamos o seu verdadeiro sentido. Tenho experimentado este sentimento inúmeras vezes! No entanto, hoje, chorei muito aos pés do Senhor pela vida dos meus quatro filhos. Mas não foi aquele choro de saudade; ou, de emoção difusa. Foi um choro diferente - um choro angustiante - choro de quem não se sente capaz de ajudar a alguém que dele necessita. E, posso garantir, este choro incomoda!

Isso mesmo! Chorei e me angustiei pela vida dos meus quatro filhos. Senti-me impotente para ajudá-los nesta fase da história humana - em que os maus se agigantam e a maldade recrudesce. As vezes sou levado a pensar que não é necessário estarmos a muitos quilômetros de distância para estarmos separados de alguém. E, pensando assim, tenho chegado à conclusão que a distância que nos separa das pessoas que amamos, não é medida no plano horizontal - como se fosse um ponto afastado no horizonte. E sim, no plano vertical - em uma espécie de distância em nível - separação entre um topo de uma montanha e um vale profundo.

"Oh, meu amado Deus! Ajuda-me a lidar com o sentimento desconfortável - de ver alguém aparentemente tão próximo; mas, que não conseguimos abraçar e, nem ao menos tocar. Oh, meu pai! Traga os meus filhos para perto de mim - até uma distância em que eu possa estender os meus braços e sentir o seu calor transitar em meu próprio ser. Não necessariamente uma presença física; mas, sobretudo, uma presença espiritual".

E assim orando, senti Sua gloriosa Presença chegar e me trazer conforto e paz.

Cordialmente;
Bispo Calegari

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