terça-feira, 31 de maio de 2011

Nos arredores do Apocalipse

Eu prometi, em postagem anterior, trazer o esboço da palestra que proferi em Xerém - por ocasião da "Semana de Atualização Teológica". Entretanto, senti o desejo de postar antes uma palavra que recebi do Senhor, concernente ao atual estado em que se encontra o nosso mundo. Livros tem sido escritos; e as redes sociais, de quando em vez, levantam a questão do "Fim dos Dias". Parece que todos - crentes e ateus - começam a perceber que vivemos nos "arredores" do Apocalipse.

Introdução

Antes de me pronunciar sobre algumas coisas que vem ocorrendo em nossa época, preciso destacar o modo como Deus preparou uma galáxia inteira para o nosso deleite; criando um sistema solar desenhado para garantir a nossa existência - com beleza e qualidade de vida que não teríamos em nenhum outro lugar deste universo (pelo menos naquilo que se conhece dele).

É encantador contemplar o Sol quando nasce ou quando se põe! Como é grandiosa a "nossa" estrela. Deus o colocou lá, como fonte permanente de energia, para permitir a todos nós uma vida banhada de luz, calor e sombras. Sua grandeza não encontra rivais em nosso sistema (em seu interior caberiam 1.3 milhões de Terras). Na verdade, em nosso mundo galáctico, ele só perde em grandeza para o nosso Deus que o criou, com o seu eterno e infinito poder.

Gostaria de comentar também sobre a nossa condição de viajantes espaciais. Existem tantos que seriam capazes de pagar verdadeiras fortunas para fazerem uma viagem espacial, mergulhada em insegurança, em uma dessas naves criadas pela capacidade inventiva e tecnológica do homem. E no entanto, nem se dão conta de que, na realidade, todos nós somos viajantes espaciais.

A nossa nave é o planeta Terra, viajando a uma velocidade de 108 mil quilómetros por hora, protegida em uma imensa bolha de ar, que nos garante a sobrevivência, enquanto ela gira pelo espaço. E um perfeito equilíbrio gravitacional garante o nosso conforto, sem aqueles efeitos colaterais decorrentes de uma viagem dessa magnitude. Como o nosso Deus é poderoso! O Seu domínio se estende pela imensidão do universo. Glória pois a Ele eternamente!

Dias sombrios

Entretanto, o nosso mundo - como nós o conhecemos - está perto do fim. Ele está sendo golpeado e enfraquecido por forças conhecidas e desconhecidas, de magnitude incalculável - com alguns danos já considerados irreparáveis. O nosso querido planeta está ferido e cansado... E o próprio homem tem sido o maior responsável pela agonia do planeta. E o mais trágico, é que a grande maioria nem se dá conta disso.

O ser humano vem transformando o planeta em uma lixeira. Existem até discussões de natureza ética, questionando o estranho "comércio do lixo"; através do qual, contentores são lotados de dejetos, para serem "exportados". É o lixo produzido por alguns Países do Primeiro cruzando os oceanos (alguns chegaram a aportar no Brasil), em busca de Países que queiram receber dinheiro para acolher a lixarada.

O desastre ambiental já tem ultrapassado limites considerados críticos. E as mudanças necessárias, tanto na produção de produtos biodegradáveis como na cultura dos povos, para diminuir o impacto da depredação atual, exigem um esforço que a humanidade não está disposta a fazer. Os governantes deste mundo - que são os tripulantes desta nave - não fazem um esforço sério para amenizar o estado de ruína em que o planeta se encontra. E essa não é a pior das notícias!

Decadência humana

A decadência moral ultrapassou os níveis de Sodoma e Gomorra! Satanás vem se valendo da legitimidade de homens injustos e corrompidos em seu entendimento, para tornar legal aquilo que é abominável. Leis são afrontosamente forjadas, para tornar legítimas algumas práticas que a Palavra de Deus condena - como se o simples fato de torná-las amparadas por lei pudesse isentá-las do juízo divino.

Mas a Palavra de Deus é clara, quanto a esta infelizes medidas: "Pode acaso associar-se contigo o trono de iniquidade, que forja o mal tendo a lei por pretexto" (Salmo 94.20). Ai daqueles que afrontam a Deus! A própria história está repleta de exemplos de homens que se rebelaram contra Deus e do triste fim que tiveram. As Escrituras nos ensinam que os que ousam lutar contra Deus, serão terrivelmente exterminados.

Ação demoníaca

Existe também uma ação demoníaca em progressão. Os demônios estão agitados! Sabemos que o "modus operandi" dos demônios revela sua constante procura por corpos, através dos quais possam satisfazer os seus instintos mais baixos; praticando todas as formas de vício e atividade sexual ilícita. E o ser humano é a sua vítima preferida; pois possui os sentidos físicos que permitem aos entes malignos satisfazerem seus instintos através dos mesmos.

Juízo divino

E a Palavra de Deus sentencia - quanto aos se voltam para o ocultismo e a idolatria: "Porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, à imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si; pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém" (Romanos 1.21-25).

Verdadeiramente, aqueles que abrem brecha em sua vida aos demônios serão abandonados aos caprichos dos mesmos - tal como as Escrituras afirmam: "Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza;
semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro" (Romanos 1.26-27).

A Palavra de Deus determina que "assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a injustiça, malícia, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pais; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, sem misericórdia; os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam" (Romanos 1.28-32).

E quanto aos "servos de Deus" em nossos dias

E um fato que nos assusta - é que a Igreja parece estar vivendo o seu momento de maior provação e perigo. Vivemos a temporada do cristianismo para todos os gostos e tendências. É como se vivêssemos o momento "faz de conta". O mundo evangélico vive em nossos dias o fenômeno de "Pastores que não são pastores"; "evangélicos que não são evangélicos"; "cristãos que não são cristãos"... Enfim, são os "servos de Deus" que, em sua constante preocupação em se servirem a si mesmos, acabam por se esquecer de que foram salvos para servir ao seu próximo. E vale à pena da uma olhadinha no que a sabedoria popular nos diz: "Quem não vive para servir - não serve para viver". É o fim!

Conclusão

Lembro-me que, quando fazia o meu mestrado em teologia, fui incumbido de explicar o "mal que Deus criou", baseado no seguinte texto: "Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas" (Isaías 45.7). Consegui resumir o trabalho; mas não foi tarefa simples.

Na exegese que fiz, demonstrei a existência de dois tipos de mal: O mal moral e o mal natural. O mal moral tem como autor o próprio Satanás, sendo o próprio homem o seu agente mais importante. Esta é a triste realidade: O ser humano é - ao mesmo tempo - o seu melhor agente e a sua maior vítima, na propagação deste mal.

O mal natural pode ser a mais eficiente resposta ao mal moral. O mal natural é - geralmente - de natureza disciplinar e punitiva. E quando este mal se torna em instrumento do juízo divino sobre uma vida, comunidade ou geração que tenha se tornado decadente a limites inaceitáveis, as consequências podem ser arrasadoras. Sodoma e Gomorra que o digam!

Cordialmente;
Bispo Calegari

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