quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Encurtanto distância


Aqui estou eu, Senhor... Orando e chorando, sem entender perfeitamente o mistério que se desenrola diante de mim. Sim! Porque a oração, como recurso que tenho, me coloca sempre diante do grande mistério da vida - seja a vida presente ou a vida futura - sem que eu consiga entender inteiramente o que vejo e o que sinto enquanto oro. Todavia, sei que a oração encurta a distância entre nós. Aleluia!

Alguns me vêem como conhecedor da arte de orar. Outros, num ato mais generoso do que suplicante, me pedem que lhes ensine a orar. E talvez nem imaginem que minha condição é a mesma em que vivem: Tentando encontrar a fórmula da oração bem sucedida. Tenho entendido que ninguém consegue aprender plenamente a orar... E eles vão descobrir - como eu - que quando oramos somos envoltos no mistério.

Que bom, Senhor, saber que poderei ser útil enquanto oro; pois, em tua presença, até um servo inútil como eu consegue ter alguma utilidade. Te louvo, Pai eterno, porque através de Jesus - meu amado Salvador - me deste a maior de todas as riquezas: A de ser chamado teu filho e ter parte na eterna herança que ouro e prata jamais conseguirão comprar. E não há bem que consiga superar tamanho legado!

E, enquanto eu oro, estou perfeitamente convencido de que a minha oração jamais conseguirá atender aos apelos da emoção e da razão... Nem satisfazer completamente os anseios do homem interior. Mas de uma coisa estou bem seguro: De que a minha oração me põe face-a-face contigo, meu eterno Deus.

E assim, estou convencido de que a oração consegue me conduzir a ti, como nenhum outro recurso humano conseguiria. E como é bom saber que - em amplitude crescente - ela me situa entre a terra e o céu; descortinando realidades que me deslumbram... Mesmo que eu não consiga entende-las plenamente.

Cordialmente;
Bispo Calegari

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