quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sobre o Sermão de Jonathan Edwards


"Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente"
(II Timóteo 2.3-5)

Alguns dias atrás, o Pastor Elizeu Gomes fez a seguinte postagem: "Visitei os locais onde passou JONATHAN EDWARDS o avivalista que abalou os Estados Unidos em 1700. Autor da mensagem: 'Pecadores nas mãos de um Deus irado!' - o sermão que abalou os EUA!". Senti alegria e emoção ao ler o post; pois conheço tanto a história como o famoso sermão de Jonathan Edwards. E fiquei a pensar...

Na altura, ao comentar a postagem do querido Pastor e Cantor Elizeu Gomes, declarei que existem anos-luz de distância entre o sermão pregado por Jonathan Edwards, e muitos dos sermões pregados nos dias de hoje - em tom mercantilista - que negociam com o reino de Deus e os valores espirituais; oferecendo vantagens e conquistas, como se fossem artigos de promoção vendidos em super-mercado.

E nem mesmo os templos escapam desta voracidade comercial. Não quero aqui generalizar... Ou, parecer obtuso em meu modo de ver as atividades sociais de uma igreja. Entretanto, até onde vejo, nem mesmo os templos escapam de uma crescente e voraz atividade comercial que chega a assustar! E assim vemos que os balcões de alguns templos foram, aos poucos, se transformando em balcões de negócios - como se o fim justificasse os meios - onde quase tudo pode ser vendido... Ou, trocado por dinheiro.

No entanto, não sou juiz nem me sinto apto para julgar. Até admito que posso estar exagerando nas afirmações que faço. E as vezes me surpreendo a mim mesmo; procurando sentido quando alguns defendem tais condutas, sob a alegação de que os tempos são outros. Todavia, estou convencido de que os princípios do Evangelho de Cristo são imutáveis. E neles não encontramos bases para esta mudança de rumo de muitos pregadores; nem nada parecido com o que é enfatizado em muitos sermões de hoje.

Infelizmente, cresce no espirito de muitos obreiros cristãos o conceito de que o Reino de Deus é sobretudo um reino de vida abastada e sarada - de opulência e poder temporal - não havendo nele lugar para fracos, pobres e doentes. E, em linha com esta tendência, muitos vão tentando aos poucos transformá-lo em um reino de bons negócios. É como se os "negócios desta vida" estivessem embaraçando muitos pregadores - a ponto de se esquecerem do seu verdadeiro chamado - de tal modo anestesiados com este tempo de 'promessas de riquezas', que nem percebem que já se perderam!

"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores"
(I Timóteo 6.10)

Cordialmente;
Bispo Calegari

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