quarta-feira, 29 de junho de 2011

Quando uma obra vai além do seu autor

Em uma dessas madrugadas, estava eu orando a Deus como sempre faço - prostrado e chorando em Sua gloriosa Presença. Do mesmo modo como sempre inicio minha oração, comecei a adorar Aquele que vive e reina para todo o sempre. Em minha oração, comecei a perguntar ao Senhor o "por que" de não conseguirmos pregar com a mesma intensidade e unção, nas inúmeras ocasiões em que comparecemos perante o Seu povo para pregar a Sua Palavra.

Então, Deus falou comigo!

Deus me fez lembrar os inúmeros quadros pintados pelo maiores pintores de todos os tempos. Estes grandes homens da pintura clássica foram artífices de inúmeros quadros; frequentemente exibidos em algum museu de um País qualquer - todos de rara beleza. No entanto, apenas um ou outro desses quadros se tornaram obras primas da pintura universal (lembrei-me de Da Vinci e sua "Monalisa").

De modo semelhante, os grandes mestres da música clássica universal produziram inúmeras peças musicais que aprimoram o sentimento humano; mas apenas algumas delas conseguiram se impor como obras primas da música clássica; sendo constantemente executadas pelas mais famosas orquestras sinfônicas do mundo - sempre sob a batuta de algum maestro de renome (pensei em Beethoven e sua "Nona Sinfonia").

Deus me fez sentir que, em muitos desses casos, um trabalho apenas valeu por uma vida inteira - eternizando o seu autor.

E continuei ouvindo a voz do Senhor!

Veio ao meu espírito a lembrança dos compositores evangélicos. Alguns deles com um vasto repertório de belíssimas canções sacras! São diversos compositores evangélicos com reconhecimento nacional e até internacional. No entanto - mesmo com as belas composições que chegam a produzir - apenas um pequeno número delas pode ser catalogado como verdadeira obra prima (não posso deixar de recordar o saudoso Jair Pires com "alma cansada"; Edson Coelho com "Entrei no templo"; Paulo César e o seu "Situações"; Sérgio Lopes e "Para onde vão as aves"; Elizeu Gomes com e "Com muito louvor"; Regis Danesi e "Zaquel"; Anderson Freire e "Advogado fiel"... E por aí vai).

Finalmente, o Espírito me fez lembrar de inúmeros pregadores, cujos sermões incendiaram o mundo e ressoam pelos quatro cantos da terra. E todos eles foram considerados dignos de suceder os queridos Apóstolos: João e o "Sermão do Amor"; Paulo e o "Sermão da Graça" - os quais, por sua vez, beberam da fonte inesgotável do próprio Jesus e o seu glorioso "Sermão da Montanha".

E Deus concluiu a lição que eu precisava aprender

A unção dele estará sempre sobre qualquer pregador que se disponha a pregar sua Palavra com graça e amor. Isso significa que, independente do nível de entrega, as mensagens de um pregador ungido pelo Senhor serão sempre parecidas com as mensagens de outros pregadores ungidos. Todavia, na medida em que a consagração se intensifica, algumas mensagens poderão se tornar únicas - especiais.

Se por um lado, as mensagens que pregamos se tornam de grande edificação, à medida em que nos aproximamos dEle - por outro lado, a mensagem que pregarmos quando Ele se aproxima de nós, serão verdadeiras obras primas; as quais nos eternizarão como pregadores. Naquele instante Deus me fez saber que quando nos aproximamos dEle, nos tornamos inspirados; todavia, quando Ele se aproxima de nós, nos tornamos iluminados.

Cordialmente;
Bispo Calegari

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