"Estava Jesus em certo lugar orando e, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos. Ao que ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano; e perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos deixes entrar em tentação, mas livra-nos do mal"
(Lucas 11.1-4).
(Lucas 11.1-4).
Verdadeiramente, esta oração que Jesus ensinou a fazer concentra toda a essência de uma oração verdadeira: Ela exalta e proclama a santidade do nome do Senhor, ao mesmo tempo em que expressa o desejo de que o Seu reino venha em toda a sua plenitude; também expressa o sentimento de dependência de Deus, mesmo naquilo que parece trivial; ela busca o perdão de Deus, expondo como argumento a seu favor a decisão de perdoar aos seus devedores. E seu desfecho é um grito de socorro a Deus, rogando a Ele que guarde da tentação e livre do mal. Esta é, sem dúvida alguma, a essência da oração objetiva.
"Disse-lhes também: Se um de vós tiver um amigo, e se for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois que um amigo meu, estando em viagem, chegou a minha casa, e não tenho o que lhe oferecer; e se ele, de dentro, responder: Não me incomodes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para te atender; digo-vos que, ainda que se levante para lhos dar por ser seu amigo, todavia, por causa da sua importunação, se levantará e lhe dará quantos pães ele precisar" (Lucas 11.5-8).
Logo após ensinar aos seus discípulos a maneira como orar; Jesus começa a contar a história do amigo inoportuno. Contar histórias, para ensinar verdades que jamais deveriam ser esquecidas, foi um dos métodos mais utilizados por Jesus, ao longo do seu ministério. E com esta história, ele demonstra que a oração precisa ser insistente e perseverante.
"Pelo que eu vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; pois todo o que pede, recebe; e quem busca acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" (Lucas 11.9-13).
Jesus encerra o assunto com uma aplicação da história contada. E fica bem claro o fato de que a oração feita nos termos em que ele ensinou, sempre será respondida por Deus. Ele usa termos comparativos entre o pedido de um filho a seu pai - mesmo que este seja o pior dos pais - e os nossos pedidos a Deus: O Pai celestial sempre atenderá as orações feitas por Seus filhos. Mas a revelação surpreendente deste texto, ficou mesmo para o final!
O Espírito Santo
"O Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem" (Lucas 11.13).
O princípio revelado nesta declaração, é que para qualquer oração feita com possibilidade de acerto, será necessária a ação do Espírito Santo. Daí a necessidade de buscarmos do Pai a direção e presença do Espírito Santo em nossas vidas. Não teremos a menor chance de fazermos orações completas, sem que o Espírito Santo esteja presente na formulação das mesmas.
O Apóstolo Paulo enfoca a razão urgente desta gloriosa Presença, ensinando que "do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis" (Romanos 8.26). Se eu pudesse escolher uma frase-chave deste texto, eu escolheria a seguinte expressão:
Não sabemos o que havemos de pedir como convém
Geralmente, nossas orações são condicionadas por um emocional influenciado por motivações nem sempre corretas. Ao longo do meu ministério, já tenho ouvido os mais diversos tipos de oração; feitas por irmãos sinceros, mas infelizes na formulação das mesmas: Oração de "vingança"; oração de "exortação"; oração para "contar vantagem"; oração de "ódio e rancor"; oração de "insinuações indiretas"; e até orações "blasfemas". Realmente, não sabemos orar como convém!
Percebemos claramente que a oração necessita dos parâmetros estabelecidos pelo Espírito Santo, a cada momento em que a mesma for pronunciada. Para utilizarmos uma figura: O Espírito Santo age conosco, como alguém tomando pela mão um outro alguém, para guiá-lo por caminhos que este alguém desconhece; ou por caminhos que o mesmo não consegue ver. Portanto, sob a direção do Espírito Santo, oração alguma perderá o seu rumo e a sua eficácia.
Termino esta reflexão, mencionando um antigo hino, que aprendi nos meus primeiros dias de crente. Este hino fez um grande bem a minha vida, desde a primeira vez que o ouvi:
Vigiar e orar
"Bem de manhã, embora o céu sereno
Pareça um dia calmo anunciar:
Vigia e ora! Um coração pequeno
Um temporal pode abrigar.
Bem de manhã, e sem cessar:
Vigiar, sim, e orar.
Ao meio-dia, quando os sons da terra
Abafam mais, de Deus, a voz do amor;
Recorre à oração, evita a guerra;
E goza paz com o Senhor.
Do dia ao fim, após os teus lidares,
Relembra as bênçãos do celeste amor;
E conta a Deus prazeres e pesares;
Deixando em suas mãos a dor.
E sem cessar, vigia a cada instante;
Que o inimigo ataca sem parar;
Só com Jesus em comunhão constante,
Pode o mortal ao céu chegar."
Pareça um dia calmo anunciar:
Vigia e ora! Um coração pequeno
Um temporal pode abrigar.
Bem de manhã, e sem cessar:
Vigiar, sim, e orar.
Ao meio-dia, quando os sons da terra
Abafam mais, de Deus, a voz do amor;
Recorre à oração, evita a guerra;
E goza paz com o Senhor.
Do dia ao fim, após os teus lidares,
Relembra as bênçãos do celeste amor;
E conta a Deus prazeres e pesares;
Deixando em suas mãos a dor.
E sem cessar, vigia a cada instante;
Que o inimigo ataca sem parar;
Só com Jesus em comunhão constante,
Pode o mortal ao céu chegar."
Cordialmente;
Bispo Calegari
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