quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Meu Relatório ao XV Concílio Regional

Srs. Delegados do XV Concílio Regional.

Graça e paz em Cristo Jesus, Senhor nosso!

Nossas Primeiras Palavras

Parece que foi ontem que chegamos à II Região! E, no entanto, já se passaram 34 meses, desde que iniciamos nosso mandato interino, por nomeação do Conselho Geral. Em julho de 2010, depois de uma eleição para um novo mandato, que muito me honrou (os votos recebidos foram suficientes para que eu fosse o segundo mais votado), fui novamente conduzido pelo Egrégio Conselho Geral da IMW ao comando da II Região, para um mandato de seis anos.

Já havíamos tomado medidas administrativas que, segundo nosso juízo, poderiam levar a II Região a conhecer dias ainda melhores. E, realmente, isso vem acontecendo. As transformações são admiráveis! Deus tem agido em nosso meio sobremaneira. Conseguimos alcançar e ultrapassar algumas etapas de grande significado para o desenvolvimento da Região. E tenho entendido que o novo mandato exige de mim uma cuidadosa avaliação dos resultados já alcançados; bem como uma profunda reflexão sobre os mesmos – quanto ao que deve ser reeditado e o que deve ser descartado. Precisaremos projetar ações diversificadas para o próximo biênio, tomando como base os acertos desacertos que marcaram o biênio anterior.

Dentre algumas medidas que aqui precisamos tomar, enumero as seguintes:

1) Precisamos eleger Oficiais Regionais capazes de cumprir integralmente os objetivos de suas respectivas secretarias e comissões regionais. Enfim, fazer o que se espera deles!

2) Precisamos votar para ordenação a Ministro. Mas somente em pastores que tenham demonstrado qualificações indispensáveis para cargo de governo da IMW. E, mesmo assim, se a Região necessitar de obreiros para este quadro

3) Precisamos votar para consagração a Pastor. E esta consagração deve ser o resultado final de um estágio que nos tenha convencido plenamente do seu chamado para o ministério.

4) Ao longo destes dias, o CMR estará nomeando obreiros para pastorear o rebanho do Senhor. E faremos isso, de olho no histórico, no trabalho e no perfil de ministério de cada obreiro. Precisamos saber se determinada igreja pode ser pastoreada por determinado pastor.

5) Um obreiro do Senhor não deve ver sua nomeação como um “castigo” ou perseguição. A nomeação para uma igreja – pequena ou grande - é sempre uma missão honrosa. Pois, nossa missão é cuidar de vidas – seja um pequeno grupo ou uma multidão de fiéis.

6) Para um verdadeiro pastor, uma transferência produzirá sempre um misto de alegria e tristeza: Tristeza, por termos que deixar a companhia de amigos e irmãos com quem convivemos por um bom tempo. Alegria, por sermos convocados para a construção de um novo projeto; para desenvolver novos relacionamentos; para conquistar novas vitórias.

Devemos aproveitar este Concílio, para renovar laços de comunhão com os colegas de ministério que não vemos com freqüência. Podemos também desenvolver relacionamentos saudáveis com novos obreiros e com os delegados em geral. Afinal de contas, fazemos parte da família wesleyana; presente em todos os Estados brasileiros, e em alguns países do mundo.

Introdução

No XV Concílio Regional da II Região, nosso sentimento é de alegria e de gratidão a Deus, por ver claramente o mover do Espírito em nosso meio. A reeleição para um novo mandato, no VIII Concílio Geral, nos fortaleceu e motivou. Embora estejamos vivendo tempos difíceis, temos evidências claras de que Deus tem algo a fazer através de nós. Mesmo vivendo dias sombrios, que preocupam as lideranças evangélicas do mundo inteiro; somos movidos por uma fé inabalável, de que dias melhores virão, em nome do Senhor Jesus.

Homenagem Especial

Não podemos, em tempo algum, esquecer a figura impar que foi o saudoso Bispo Nilson de Paula Carneiro, que conduziu tão bem a II Região durante seus anos de saúde e vigor. Este “Herói da Fé” passa a fazer parte, em caráter definitivo, da história da II Região.

O que senti e o que sinto

Ainda me lembro do grande peso de responsabilidade que senti, ao ser nomeado para a II Região. Até então, minha missão tinha sido de organizar regiões (como o fiz em Portugal e no Norte do Brasil). Nesta nova missão, procurei conhecer de perto os obreiros e igrejas. Foi uma das grandes decisões que tomei; pois me ensinou a lidar com os problemas regionais. Foi deste modo que pude conhecer o perfil de ministério da grande maioria dos obreiros. Procurei servir de exemplo e motivação para os que estavam iniciando sua carreira ministerial. Tive também que tomar algumas medidas enérgicas. Mas o tempo me mostrou que foram necessárias.

O que sinto hoje é uma grande necessidade de auscultar a realidade em que as igrejas vivem; em que os pastores vivem. Para isso, preciso conhecer a verdade – caso a caso. Procurarei não me deixar influenciar por situação aparente, pois sei que nem tudo é o que parece ser. Sei que preciso de assessores que me mantenham a par da situação real de cada setor da Obra. Preciso de líderes maduros e comprometidos; que não buscam seu próprio interesse. Que saibam lidar com os fracos e com os pequenos, como verdadeiros pastores.

Durante meu trabalho itinerante, continuo fazendo importantes descobertas:

Na onda do Avivamento

Tenho constatado que alguns focos de avivamento, existentes em nossa Região, representam uma base muito forte para nosso projeto regional. Em termos de igrejas, encontrei algumas vivendo um momento de intensa vida espiritual, experimentando o sobrenatural de Deus.

Perfil de ministério

Muitos obreiros ainda não se deram conta, que o perfil de ministério é determinante no resultado do seu trabalho. Por este perfil, podemos saber “quem e quem”; e também para onde nomear alguém. A II Região necessita de obreiros capazes de desenvolver “escolas de ministério”. Eles poderão ajudar obreiros que estão em busca de um ministério de resultados.

Todavia, a experiência nos tem ensinado que não existem fórmulas mágicas para sucesso ministerial. Sabemos que um método ou visão não esgota o potencial divino, nem deve determinar práticas ministeriais estranhas. A IMW não engessa ministérios, nem inibe iniciativas válidas na obra do Senhor. Todavia, não admite exageros ou excessos, que possam comprometer a sua identidade. Cada um deve trabalhar dentro do seu perfil de ministério; mas sempre em conformidade com a Palavra de Deus, em termos proféticos e doutrinários; e com o Estatuto e Regimento interno da IMW, em termos administrativos e funcionais.

Nossos Campos Missionários

Pretendemos concluir a demarcação de nossos Campos Missionários, que são três:

O Estado do Tocantins, que foi o primeiro a ser demarcado, precisa de obreiros que trabalhem com visão missionária. Temos neste Estado, cinco trabalhos: Araguaína; Colinas do Tocantins; Palmas; Gurupi e Peixe. Todavia, precisamos olhar o Estado como um todo, e não reduzido ao “quintal” de uma igreja local. Se ficarmos “presos em nossa montanha”, jamais veremos a conquista deste Estado. É preciso mapear as cidades que estão na “Belém/Brasília”, desenvolvendo projetos de conquistas dessas cidades.

No Estado de Goiás, temos cinco trabalhos: S. Antonio Descoberto; Parque Mingone; Planaltina; Caldas Novas; e a Frente Missionária de Goiânia. Lamentavelmente, ainda não conseguimos a pessoa certa para Goiânia. Prefiro assumir a responsabilidade por isso. Afinal de contas, o homem para Goiânia tem que ser um homem especial – capaz de “fazer chover” naquela terra. Todavia, além de Goiânia, temos Anápolis; temos Jataí; e muitas outras cidades.

E o Estado do Pará também está conosco. A IMW está presente nas cidades de Belém, Marabá e Parauapebas. Todavia, precisamos repensar métodos e objetivos; descartando práticas de ministério que atrofiaram aquele Estado por anos a fio, e procurando escrever uma história de sucesso naquela terra promissora.

Existem razões para nossas igrejas não se terem desenvolvido nestes Estados. Mas creio que chegou a hora de mudança! Precisamos reformular o conceito de liderança e de ministério – passos fundamentais para expandir o trabalho wesleyano nestes três Campos Missionários.

Tenho pedido a Deus, um homem para Tocantins; um homem para Goiás; um homem para o Pará. Três homens que façam a diferença – três Supervisores de Campo! Que sejam maiores do que os obstáculos que tem paralisado o nosso trabalho nesses Estados

Nossos distritos

Saímos do Concílio Regional em Guarapari, com treze distritos: Belo Horizonte; Brasília; Cachoeiro do Itapemirim; Caxambu; Contagem; Governador Valadares; Jequié; Juiz de Fora; Teixeira de Freitas; Uberaba; Uberlândia; Vila Velha; Vitória. O mini Concílio de Governador Valadares nos deu mais três Distritos: Betim; Ipatinga e Teófilo Otoni. Portanto, chegamos à marca de dezesseis distritos. No entanto, precisamos criar mais neste concílio. “Descentralizar para Crescer” deve ser o nosso lema. É com rumos claros para cada distrito; e sob o eficiente comando daqueles que serão nossos representantes nos mesmos, que veremos a obra wesleyana se expandir e conquistar. Não temos tempo a perder!

Nosso maior desafio

Nosso maior desafio na II Região continua sendo o Distrito Federal. Hoje eu tenho uma idéia mais clara quanto ao motivo da estagnação do trabalho wesleyano no Distrito de Brasília. Todavia, tenho certeza de que as coisas irão mudar rapidamente, na medida em que os dias forem passando. Haveremos de chegar ao próximo concílio, se Deus permitir, com uma nova história ali. Já tenho o direcionamento para a situação; creio que a solução está bem próxima.

Planos e Metas Para o biênio 2011/2012

1. Alvos

Alvos de crescimento

Em nosso concílio em Guarapari, a II Região apresentou um resultado positivo, com um crescimento percentual de 10,5%. Mesmo não tendo os dados deste biênio; acredito que tivemos um bom biênio. Penso, entretanto, que qualquer índice de crescimento que se situe abaixo dos 20% não deve ser motivo de comemoração, pois o Senhor espera mais de cada um de nós. Precisamos trabalhar com um alvo de crescimento para a II Região, que tenha como base um percentual de 20% ao ano.

Criação de novas igrejas

O crescimento da II Região depende também da plantação de novas igrejas por toda a nossa jurisdição. E um dos facilitadores para alcançarmos este objetivo é a abertura de novas congregações e frentes missionárias – sejam elas iniciativa da igreja local ou do Distrito.

Criação de novos distritos

Com o Programa de Saturação de Igrejas (PSI), poderemos planejar a formação de novos distritos. Se considerarmos que um distrito deve ter um mínimo de três igrejas (casos especiais); ou uma média de seis igrejas (casos normais); a plantação de novas igrejas em áreas em “branco”, pode propiciar um novo distrito em lugares de difícil cobertura.

Criação de uma nova região

O Conselho Ministerial Regional já mapeou a área para trabalhar o projeto de uma nova região: Espírito Santo, Bahia, Tocantins e Pará. Entretanto, os obreiros e igrejas nesses Estados, precisarão fazer mais do que estão fazendo; para não corrermos o risco de criar uma nova região com as carências e dependências que sufocam hoje a Região Missionária do Nordeste. E no meu entendimento, “fazer mais do que estão fazendo” significa capacitar e formar lideranças locais; maduras e preparadas. Além disso, precisam desenvolver uma base de autonomia financeira nas igrejas situadas em alguns destes Estados (especialmente Tocantins e Pará). Estou crendo que poderemos dar este passo no próximo Concílio Geral.

2. Ação Social

Na área social, demos um passo importante, que é o FUNSAF. Mediante apoio da SRF (ainda não temos um fundo de reserva), este fundo já garantiu cobertura para famílias enlutadas. É bem verdade que existe um pequeno custo (quinze reais/mês). Todavia, a cobertura que o mesmo oferece, em caso de falecimento do Pastor ou de sua esposa, representa uma tranqüilidade a mais para todos os participantes.

Também estamos contribuindo com o fundo de complementação de renda para o pastor jubilado que receba até três salários de aposentadoria. Esta complementação garante um salário extra aos jubilados que vivem nessas condições. Entretanto, a SRAS precisa acompanhar, mediante relatório dos SD, a pontualidade no recolhimento: tanto por parte dos pastores (FUNSAF), como por parte das igrejas (Fundo de Jubilação).

Quanto ao recolhimento para o INSS, é obrigatório. Neste concílio o CMR estará decidindo sobre a situação dos obreiros que não recolhem para a previdência social.

Na esfera local, as igrejas devem promover ações globais de atendimento à comunidade sob sua influência. Além disso, as igrejas devem manter um monitoramento da comunidade, para se fazer presente em caso de funeral, nascimento de crianças, etc. O trabalho social feito pela igreja, atendendo a famílias carentes da igreja local e da comunidade, pode salvar almas.

Outro projeto que deve ser desenvolvido com cuidado e responsabilidade é a criação das AWAS. Ele deve surgir com objetivos definidos. Não deve visar fins políticos; e sim, procurar desenvolver planos de ação, tais como: Cursos de capacitação com vista a emprego e renda; creches e escolas de ensino fundamental em parceria com órgãos públicos; e também um serviço de atendimento a membros carentes.

3. Administração

Sabemos que o “Wesleyanahost” tem cumprido um importante papel para as informações estatísticas, financeiras e patrimoniais das igrejas e órgãos regionais. Vivemos em um mundo globalizado; que utiliza os recursos da alta tecnologia em suas comunicações. E a Igreja precisa fazer uso dos recursos existentes no mercado; especialmente uma Igreja de regime centralizado, como é o caso da IMW. Entretanto, minha grande preocupação atual tem a ver com dois fatores de risco:

Contratação de funcionários sem o devido registro: Já temos sofrido sérios problemas devido a isso. Pastores contratam serviços de zeladoria e secretaria, sem providenciar o devido registro. Algumas ações trabalhistas já tem nos atingido. E o mais lamentável, é que se fosse feito o registro do funcionário, a despesa seria bem menor e sem o constrangimento e desgaste provocado por uma ação trabalhista. Não aceitaremos mais isso!

Reformas e construções feitas de modo irregular: Consideramos como obras em situação irregular: as que não possuem licença do CREA e da Prefeitura; as que não possuem um projeto compatível com a dimensão da obra; as que não possuem autorização da SRA. Alguns dos nossos templos foram construídos em regime de mutirão. Suas cintas de apoio, na maioria dos casos, não foram preparadas para sustentar peso sem o apoio das paredes que estão sob elas. E é comum vermos pastores derrubando paredes sob estas cintas, visando aumentar o espaço de uma sala, etc. O que eles às vezes não sabem, é que uma cinta de apoio precisa ter ferros extras de balanço, sem os quais podem se partir (já tenho visto isso acontecer). Outra coisa muito comum é o pastor consultar um membro ou oficial antigo da igreja sobre a segurança do prédio. Geralmente ouvem a seguinte resposta: “nesta construção podem ser construídos mais tantos andares”; ou “os alicerces são muito profundos - eu mesmo ajudei a cavar os buracos das sapatas”. Enfim, nenhum laudo técnico quanto à segurança da obra.

4. Obra Missionária

No âmbito de missões estrangeiras, o assunto é da competência da Secretaria Geral de Missões. Nossa missão é contribuir com a oferta anual; e também com algum programa de adoção elaborado pela SGM.

no âmbito de missões regionais, a SRM precisa melhorar seus canais informativos. Precisa também propor métodos de angariação de recursos (cofrinhos para crianças da igreja; eventos sociais, tais como almoços e jantares, para melhorar o alvo da igreja, etc.)

Precisamos também de um plano de ação conjunta entre a Secretaria Regional de Missões juntamente com os distritos e igrejas, para o apoio efetivo ao Campo Missionário.

5. Ceforte

O CEFORTE é o instrumento de preparo e formação de obreiros. Mas não podemos ver o ministério como uma profissão. Embora o CEFORTE seja muito eficiente no preparo dos nossos obreiros; o simples fato de alguém possuir formação teológica não faz desse alguém um Pastor de almas. O chamado é determinado por normas estabelecidas pelo próprio Deus. Pouco tem a ver com formação, e tudo com escolha (não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis frutos – João 15.16).

A SREC tem feito um grande esforço para melhorar o atendimento a membros interessados em fazer seu curso teológico. Mas precisamos ter o cuidado de não provocarmos, mesmo sem pretender, a banalização do conceito de ministério, pelo fato de alguns suporem que um curso teológico é suficiente para uma carreira ministerial bem sucedida.

Conclamo os pastores a enfatizarem o tema da vocação para o ministério, pois, a plataforma de lançamento de um obreiro ao ministério é o trabalho do pastor na igreja local, pois ali está o primeiro laboratório de um aspirante ao ministério.

6. Finanças

A vida financeira de uma igreja é um dos indicadores de sua saúde, salvo raras exceções. Um dos indícios de crise no ministério pastoral é quando as finanças de uma igreja começam a decair. Dízimos e ofertas sempre fizeram parte do culto a Deus, um meio pelo qual Seu povo demonstra gratidão e obediência; uma oportunidade de ser abençoado com a promessa de Malaquias 3:8-10. Todavia, ovelhas mal atendidas, maltratadas, assustadas, acabam por “emagrecer”; por enfraquecer e sonegar sua contribuição.

As igrejas precisam sem empenhar melhor no tocante às ofertas regionais e gerais. Elas se resumem em quatro grandes ofertas anuais: A Oferta de Ação Social, em abril; a Oferta de Missões Estrangeiras, em junho; a Oferta de Missões Regionais, em setembro; e a Oferta de Gratidão, em dezembro. Os pastores devem usar de criatividade para alcançar os alvos financeiros, trabalhando com bastante antecedência no levantamento dos mesmos.

Conclusão

Para que consigamos alcançar alvos pré-estabelecidos, cada pastor deve contribuir com metas de crescimento para a sua igreja. Os departamentos e ministérios locais podem ser importantes parceiros no crescimento de uma igreja. Todavia, o pastor é a figura chave para a edificação, mobilização e motivação de sua igreja na expansão do Reino de Deus. Se ele orar verdadeiramente, os resultados vão aparecer em seu ministério, para a glória de Deus.

Xerém, 16 de dezembro de 2010

Bispo Sebastião Calegari

Superintendente da 2ª Região

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