sexta-feira, 23 de abril de 2010

Prenúncio do Fim

Quando procuramos na Bíblia, textos que nos reportem à Escatologia, um dos roteiros aos quais seremos conduzidos pelos diversos indicadores deste tema será Mateus 24 e 25. O texto já começa aquecido pela visível emoção dos discípulos, diante da magnifica estrutura do templo. Mesmo a engenharia de nossos dias, com os recursos tecnológicos e materiais de que dispõe, se veria às voltas com um grande desafio, se chamada a produzir obra semelhante. Na verdade, a admiração daqueles discípulos refletia o sentimento de todos os que se detinham a examinar a grandeza do projeto executado pelo rei Salomão; e que, mesmo com todas as modificações que sofrera ao longo do tempo (reformas, dilapidações, depredações), continuava, como ainda continua, a provocar reações semelhantes em todos os que o contemplam.

Mas, se observarmos atentamente o texto, perceberemos claramente que Jesus mudou "o rumo da prosa". O Senhor parecia não demonstrar grande interesse na grandeza do monumento. O que parecia preocupá-lo, conforme o texto sugere, eram os futuros acontecimentos que iriam afetar o mundo em geral e a igreja em especial. E que, por extensão, jogaria por terra toda aquela ousada realização. O discurso que se segue manifesta com clareza o prévio conhecimento de Jesus acerca de tudo isso, chegando aos detalhes mais dolorosos; tais como: Guerras, pestes, desastres naturais, ódio, traição, escândalos.

Se tivéssemos que resumir os três primeiros versículos de Mateus 24, nos voltaríamos para os tres pontos fundamentais dos mesmos:

1. O visivel deslumbramento dos discípulos, com a estrutura do templo, a ponto de procurarem impressionar ao próprio Jesus com a magnitude da obra do templo. Eufóricos, chamaram sua atenção, "para lhe mostrarem os edifícios do templo". (v. 1).

2. A resposta de Jesus a toda aquela euforia, como que jogando um "balde de água fria" em sua tão forte emoção e admiração, conduz a curiosidade deles a um outro foco. Em uma pequena sentença, Jesus resumiu a extensão da tragédia que viria: "Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não se deixará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada". (v. 2).

3. O novo interesse dos discípulos, agora desejando conhecer o tempo profético da ocorrência de toda a tragédia, revelada tão sucintamente pelo Senhor. Resumida por eles em uma tão pequena sentença: "Declara-nos quando serão estas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?". (v .3).

Respondendo a esta assustada indagação dos seus discípulos, Jesus os adverte quanto ao risco representado por esta "palavrinha mágica": Engano! Mas sobre isso falaremos amanhã ou depois, na parte II desta reflexão.

Cordialmente;
Bispo Calegari






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