Encerrei a alguns instantes a minha oração secreta, como faço ao fim de cada madrugada. Enquanto eu orava pelos diversos assuntos que fazem parte da minha rotina de oração - objeto que são da minha intercessão; o Espírito me fez lembrar que hoje - dia 02 de novembro de 2010 - faz quarenta e seis anos que dei o meu primeiro testemunho público. Isso aconteceu alguns dias após minha conversão ao Senhor, em um culto na cidade de Niterói, no dia 26 de outubro de 1964. Fui conduzido por Deus aos bastidores da memória e lá encontrei alguns detalhes daquele dia tão importante, os quais posso trazer a este post, com o título de:
A quarenta e seis anos atrás...
Lembro-me vagamente da maioria dos detalhes que, normalmente, fazem parte de um culto ao ar-livre (pessoas que cantaram, quem dirigiu, quem pregou, etc.). Não me lembro de tudo. Todavia, alguns detalhes que ficaram na lembrança são suficientes para me trazer a alegria que pretendo compartilhar nesta manhã.
Era um "Dia de Finados" (modo como muitos chamam o dia 2 de novembro). Eu havia me decidido por Cristo na semana anterior; estava ainda confuso com algumas coisas que eram novas para mim. Entretanto, o Espírito Santo me motivava a prosseguir no caminho do Senhor. O Exército de Salvação - igreja na qual me converti, realizava muitos cultos ao ar-livre, sempre aproveitando ocasiões oportunas para tais eventos. E o "Dia dos Mortos" era, de fato, uma data bem apropriada para se pregar o "Evangelho da Vida". Todos fomos convocados para o culto, que seria realizado no famoso "Cemitério de Maruí", em um bairro chamado Barreto, na divisa entre os municípios de Niterói e de S. Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro.
A igreja do Exército de Salvação, em Niterói, não era muito numerosa. Ela possuía uma pequena banda de música, da qual vim a fazer parte meses depois, tocando trombone de vara. Uns poucos jovens dela faziam parte (eu agora era um deles). E lá fomos nós: Oficiais (pastores), sargentos (presbíteros e diáconos), soldados (membros sem função específica) e recrutas (candidatos a membros, eu entre eles). Formamos no centro do cemitério de Maruí, um círculo com cerca de trinta irmãos, todos felizes e motivados; alguns com panfletos e jornais "Brado de Guerra" (periódico do Exército de Salvação, tipo o nosso "Voz Wesleyana"), para serem distribuídos entre os assistentes e passantes. Assim que formamos o círculo, ao som da nossa pequena e querida banda de música, o "Sargento Custódio", um dos líderes, assumiu a direção do culto. Não sei se ele ainda vive (foi ele, juntamente com sua esposa - a saudosa irmã Nair, que me levou à Jesus). Muita gente começou a se aproximar; alguns chorando; muitos deles com ramalhete de flores, para depositá-las sobre a sepultura de seus entes queridos.
Em meio ao clima de unção e emoção que se sentia, fui repentinamente surpreendido pela palavra do Sargento Custódio, convidando-me a dar o meu testemunho perante o povo que estava à nossa volta. Encaminhei-me para o centro da roda, ao som dos "aleluia" e "glória a Deus" que brotavam dos lábios dos irmãos que compunham o círculo. Senti-me nervoso e inseguro, mas fui firme. Quando comecei a falar, ainda gaguejando devido à emoção, olhei em redor e vi um amigo da velha vida, conhecido como "Nilton couro de sapo", de quem eu havia comprado uma pistola a umas duas semanas antes de me converter. Quando o vi, senti-me constrangido, só de imaginar o que ele poderia pensar ao me ver ali. Pensei comigo: "e se ele achar que eu era crente quando comprei a arma? Ele deve achar que sou um crente falso. Ele vai me ouvir falar e pode pensar que sou um enganador". Mas Deus foi me dando graça e testemunhei do seu amor, mesmo não conhecendo nada sobre a bíblia ou sobre a vida de um crente. Percebi que ele permaneceu atento, até o fim do ar-livre. Após a mensagem, pregada por um dos sargentos, algumas vidas se decidiram por Cristo. Logo que o culto chegou ao fim, o "grupo da panfletagem" iniciou um trabalho de distribuição de literatura,entregando um exemplar a cada um dos presentes, ao "Nilton couro de sapo" inclusive. Ao final de tudo, ele se dirigiu a mim, cumprimentando-me, e disse: "Você está num bom caminho; fique firme nele". Tempos depois, ao lembrar-me do fato, agradeci a Deus por ter usado um homem ímpio, violento, para incentivar-me de modo tão sincero e espontâneo, no início de minha vida com Jesus.
Nesta manhã, ao ser lembrado por Deus quanto a esta experiência, fiquei comovido. Quarenta e seis anos se passaram, e eu estou ainda por aqui, firmado na "Rocha Eterna". Neste momento, quando finalizo este testemunho, louvo a Deus por ter me permitido manter viva na memória, estas lembranças. Meu desejo é que, pela graça de Jesus, esta postagem possa te edificar. Toda a glória seja dada a Jesus!
Cordialmente;
Bispo Calegari
A quarenta e seis anos atrás...
Lembro-me vagamente da maioria dos detalhes que, normalmente, fazem parte de um culto ao ar-livre (pessoas que cantaram, quem dirigiu, quem pregou, etc.). Não me lembro de tudo. Todavia, alguns detalhes que ficaram na lembrança são suficientes para me trazer a alegria que pretendo compartilhar nesta manhã.
Era um "Dia de Finados" (modo como muitos chamam o dia 2 de novembro). Eu havia me decidido por Cristo na semana anterior; estava ainda confuso com algumas coisas que eram novas para mim. Entretanto, o Espírito Santo me motivava a prosseguir no caminho do Senhor. O Exército de Salvação - igreja na qual me converti, realizava muitos cultos ao ar-livre, sempre aproveitando ocasiões oportunas para tais eventos. E o "Dia dos Mortos" era, de fato, uma data bem apropriada para se pregar o "Evangelho da Vida". Todos fomos convocados para o culto, que seria realizado no famoso "Cemitério de Maruí", em um bairro chamado Barreto, na divisa entre os municípios de Niterói e de S. Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro.
A igreja do Exército de Salvação, em Niterói, não era muito numerosa. Ela possuía uma pequena banda de música, da qual vim a fazer parte meses depois, tocando trombone de vara. Uns poucos jovens dela faziam parte (eu agora era um deles). E lá fomos nós: Oficiais (pastores), sargentos (presbíteros e diáconos), soldados (membros sem função específica) e recrutas (candidatos a membros, eu entre eles). Formamos no centro do cemitério de Maruí, um círculo com cerca de trinta irmãos, todos felizes e motivados; alguns com panfletos e jornais "Brado de Guerra" (periódico do Exército de Salvação, tipo o nosso "Voz Wesleyana"), para serem distribuídos entre os assistentes e passantes. Assim que formamos o círculo, ao som da nossa pequena e querida banda de música, o "Sargento Custódio", um dos líderes, assumiu a direção do culto. Não sei se ele ainda vive (foi ele, juntamente com sua esposa - a saudosa irmã Nair, que me levou à Jesus). Muita gente começou a se aproximar; alguns chorando; muitos deles com ramalhete de flores, para depositá-las sobre a sepultura de seus entes queridos.
Em meio ao clima de unção e emoção que se sentia, fui repentinamente surpreendido pela palavra do Sargento Custódio, convidando-me a dar o meu testemunho perante o povo que estava à nossa volta. Encaminhei-me para o centro da roda, ao som dos "aleluia" e "glória a Deus" que brotavam dos lábios dos irmãos que compunham o círculo. Senti-me nervoso e inseguro, mas fui firme. Quando comecei a falar, ainda gaguejando devido à emoção, olhei em redor e vi um amigo da velha vida, conhecido como "Nilton couro de sapo", de quem eu havia comprado uma pistola a umas duas semanas antes de me converter. Quando o vi, senti-me constrangido, só de imaginar o que ele poderia pensar ao me ver ali. Pensei comigo: "e se ele achar que eu era crente quando comprei a arma? Ele deve achar que sou um crente falso. Ele vai me ouvir falar e pode pensar que sou um enganador". Mas Deus foi me dando graça e testemunhei do seu amor, mesmo não conhecendo nada sobre a bíblia ou sobre a vida de um crente. Percebi que ele permaneceu atento, até o fim do ar-livre. Após a mensagem, pregada por um dos sargentos, algumas vidas se decidiram por Cristo. Logo que o culto chegou ao fim, o "grupo da panfletagem" iniciou um trabalho de distribuição de literatura,entregando um exemplar a cada um dos presentes, ao "Nilton couro de sapo" inclusive. Ao final de tudo, ele se dirigiu a mim, cumprimentando-me, e disse: "Você está num bom caminho; fique firme nele". Tempos depois, ao lembrar-me do fato, agradeci a Deus por ter usado um homem ímpio, violento, para incentivar-me de modo tão sincero e espontâneo, no início de minha vida com Jesus.
Nesta manhã, ao ser lembrado por Deus quanto a esta experiência, fiquei comovido. Quarenta e seis anos se passaram, e eu estou ainda por aqui, firmado na "Rocha Eterna". Neste momento, quando finalizo este testemunho, louvo a Deus por ter me permitido manter viva na memória, estas lembranças. Meu desejo é que, pela graça de Jesus, esta postagem possa te edificar. Toda a glória seja dada a Jesus!
Cordialmente;
Bispo Calegari
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