Tenho pensado seriamente na importância do cuidado e provisão de Deus. Já de longa data, tenho sentido necessidade de manter constante vigilância no altar do sacrifício; e de honrar alianças feitas, mesmo com pessoas que nem sempre fazem jus. Outra coisa que aprendi muito cedo: Que o final das coisas é sempre melhor do que o começo delas. O que lamento é que muitos, mesmo bons crentes, não são perseverantes quando provados; deixando pelo caminho os valores obtidos usando como desculpa o fato de serem provados. E me indago: Será que eles não entendem que precisamos ser provados, para então sermos recompensados? Será que não percebem que o melhor de Deus não se resume à comida, ou mesmo à paz temporária? Nosso deserto da vida precisa ser percorrido com firmeza; pois, assim como Daniel teve sua "cova de leões" e seus amigos tiveram sua "fornalha ardente"; também temos nossas dores e aflições.
Ainda que nem sempre nos apercebamos; cada um de nós tem sua provação particular. Todavia, ela é temporária, disso tenho certeza! Paulo declara duas coisas sobre a tribulação: 1. Que ela é leve e momentânea; 2. que ela traz um excelente peso de glória (2 Cor. 4.17). Esta deve ser a nossa meta: Seguir o caminho da vida, mesmo pisando em pedras ou espinhos; porém, mantendo sempre os olhos no marco de chegada. São as provações que aprimoram nossas qualidades e habilidades espirituais. No entanto, muitos querem aprender as melhores lições da vida sem sofrimento. Algumas igrejas, no afã de ir ao encontro deste desejo comum, chegam a apelar: "Pare de sofrer!" Como se sofrimento fosse opção descartável. Até mesmo para adquirir paciência, precisamos do fator tribulação. Na verdade, o Senhor não nos prometeu vida sem dor ou sofrimento; mas, Sua presença conosco em meio às provações da vida.
A Palavra de Deus, em todo o seu contexto, sempre aponta para a eternidade; sinalizando que esta deve ser nossa prioridade. E este texto é importante revelação quanto a este fato: "Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas." (2 Coríntios 4:15-18). E assim, quando meditamos seriamente na Palavra de Deus, guardando-a nas profundezas de um coração temente e contrito; aí então, passamos a entender o real sentido da vida e da eternidade na presença de Deus.
Cordialmente;
Bispo Calegari
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