A anos atrás, li em algum lugar que a ostra, para produzir sua pérola, passa por um grande sofrimento. Este molusco, de natureza estacionaria, depende da corrente marítima e do movimento dos pequenos crustáceos e peixes, para receber o seu alimento. E assim, para se alimentar, precisar manter suas conchas abertas ao sabor das correntes. Então, quando algo é levado ao seu interior, as conchas se fecham e se inicia o processo digestivo.
Entretanto, pode ser que, em dado momento, um inconveniente grão de areia se introduza em suas entranhas. Na tentativa da ostra em processá-lo como alimento, logo percebe que é um corpo estranho que lhe traz dor e sofrimento. Procura então expeli-lo. Mas, quando não é bem-sucedida, inicia o seu "plano B": o qual se constitui em envolver o incômodo grão de areia com uma secreção. A medida em que a secreção aumenta de volume em volta do grão, a dor vai gradativamente diminuindo.
E aquela minúscula bolinha, com o seu crescimento constante, vai se tornando em um glóbulo duro, brilhante e nacarado. Finalmente, com sua textura acetinada, elimina inteiramente a dor produzida pelo grão de areia que fazia a ostra "gemer" e "sangrar". Certa feita, ouvi alguém dizer que, se cortarmos uma pérola ao meio, encontraremos em seu núcleo um grão de areia.
Hoje pela manhã, refletindo sobre o modo como uma ostra produz sua mais bela pérola, senti-me tão enriquecido, que cheguei a desejar ser apedrejado... Para, a semelhança da ostra, também encontrar o meu "grão de areia". Portanto, se alguém me atira pedras ou me faz sofrer, tentarei vê-lo - não mais como inimigo; e sim como um parceiro na elaboração de uma jóia preciosa. Ele, sendo a parte que atira a pedra - que fere! E eu, sendo a parte que recebe a pedrada - que sofre!
Portanto, ao receber um "grão de areia" em meu interior - lançado por alguém que me inflige sofrimento - só terei duas alternativas no modo de lidar com isso: Ou me deixo dominar pelo ressentimento e pela amargura; lançando o meu azedume contra quem me fere, em uma espécie de "chumbo trocado"; correndo com isso o risco de ficar preso às feridas - transformando a dor produzida pela "pedrada" em doença ou em mal sem remédio. Ou então, assimilo o golpe recebido - buscando forças em Deus; procurando envolve-lo com minhas lágrimas e orações, até que surja dali uma bela e valiosa pérola.
Conclui então que o segredo é valorizar a importância do "grão de areia" - tanto na formação como no amadurecimento do meu caráter cristão. E que a lição mais importante deste processo é saber lidar com ele; sem ficar procurando os "culpados" pela a minha dor. Deste modo, não fará diferença alguma, se alguém me apedreja com o objetivo de me exterminar ou de me enriquecer.
É verdade! Cheguei a conclusão que a importância não está no fator que motiva sua agressividade contra mim.E então decidi que vou estar tão compenetrado em "trabalhar" este cascalho em mim lançado; que, talvez, nem me de conta de quem o tenha lançado - seja alguém próximo ou uma outra pessoa qualquer. Pode ser que se eu consiga envolver e trabalhar tão bem a minha dor; que venha a surgir daí a famosa "pérola de grande preço"!
Cordialmente;
Bispo Calegari
Entretanto, pode ser que, em dado momento, um inconveniente grão de areia se introduza em suas entranhas. Na tentativa da ostra em processá-lo como alimento, logo percebe que é um corpo estranho que lhe traz dor e sofrimento. Procura então expeli-lo. Mas, quando não é bem-sucedida, inicia o seu "plano B": o qual se constitui em envolver o incômodo grão de areia com uma secreção. A medida em que a secreção aumenta de volume em volta do grão, a dor vai gradativamente diminuindo.
E aquela minúscula bolinha, com o seu crescimento constante, vai se tornando em um glóbulo duro, brilhante e nacarado. Finalmente, com sua textura acetinada, elimina inteiramente a dor produzida pelo grão de areia que fazia a ostra "gemer" e "sangrar". Certa feita, ouvi alguém dizer que, se cortarmos uma pérola ao meio, encontraremos em seu núcleo um grão de areia.
Hoje pela manhã, refletindo sobre o modo como uma ostra produz sua mais bela pérola, senti-me tão enriquecido, que cheguei a desejar ser apedrejado... Para, a semelhança da ostra, também encontrar o meu "grão de areia". Portanto, se alguém me atira pedras ou me faz sofrer, tentarei vê-lo - não mais como inimigo; e sim como um parceiro na elaboração de uma jóia preciosa. Ele, sendo a parte que atira a pedra - que fere! E eu, sendo a parte que recebe a pedrada - que sofre!
Portanto, ao receber um "grão de areia" em meu interior - lançado por alguém que me inflige sofrimento - só terei duas alternativas no modo de lidar com isso: Ou me deixo dominar pelo ressentimento e pela amargura; lançando o meu azedume contra quem me fere, em uma espécie de "chumbo trocado"; correndo com isso o risco de ficar preso às feridas - transformando a dor produzida pela "pedrada" em doença ou em mal sem remédio. Ou então, assimilo o golpe recebido - buscando forças em Deus; procurando envolve-lo com minhas lágrimas e orações, até que surja dali uma bela e valiosa pérola.
Conclui então que o segredo é valorizar a importância do "grão de areia" - tanto na formação como no amadurecimento do meu caráter cristão. E que a lição mais importante deste processo é saber lidar com ele; sem ficar procurando os "culpados" pela a minha dor. Deste modo, não fará diferença alguma, se alguém me apedreja com o objetivo de me exterminar ou de me enriquecer.
É verdade! Cheguei a conclusão que a importância não está no fator que motiva sua agressividade contra mim.E então decidi que vou estar tão compenetrado em "trabalhar" este cascalho em mim lançado; que, talvez, nem me de conta de quem o tenha lançado - seja alguém próximo ou uma outra pessoa qualquer. Pode ser que se eu consiga envolver e trabalhar tão bem a minha dor; que venha a surgir daí a famosa "pérola de grande preço"!
Agora sim, posso finalmente afixar no "quintal" de minha vida, a minha bonita placa: "Precisa-se de um grão de areia".
Cordialmente;
Bispo Calegari
Paz Bispo Calegari.
ResponderExcluirÉ uma dura lição, mas que com muita oração podemos conseguir visto que transformar o ofensor em benção, ao menos para mim durou mais de 2 anos, mas a Graça e a misericordia do Pai me ensinou a alcançar com a ajuda de nosso Consolador. Ao não procurar culpados para a dor, temos mais tempo para siquer nescessitar perdoar, pois não sentiremos a ofensa. Deus continue te abençoando caro Bispo. e nos brindando com tão lindas mensagens.
Brilhante reflexão. Como já disse num comentário anterior, repito; pena que um artigo como este não alcance a visibilidade que ele faz jus. Parabéns, bispo, pela habilidade de articular as palavras e transmitir conteúdo de forma poética. (Nomar).
ResponderExcluirPaz do Senhor bispo Calegari.
ResponderExcluirEsta mensagem falou muito ao meu coração nesta noite.Tomo para minha vida esta lição e passo a transformar as pedras em minha vida e perólas.Deus continue lhe abençoando.