"E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más" (João 3.19).
"Iraram-se, na verdade, as nações; então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra" (Apocalipse 11.18)
"Iraram-se, na verdade, as nações; então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra" (Apocalipse 11.18)
Não tenho muito tempo para falar sobre a tragédia que se abateu sobre os japoneses. Não por falta de assunto; e sim, por falta de espaço. Sabemos que foi algo fenomenal. Uma força irresistível, surgida das entranhas da Terra. Ela veio e foi - em tão pouco tempo - deixando um rastro de destruição em seu caminho. Esta força da natureza reduziu parte de uma grande e próspera nação, a um monte de escombros, lixo e ferros retorcidos. O Japão, inerte perante o grau de destruição produzido em suas fronteiras, assiste estóicamente a contagem de seus mortos - que já chegam a milhares e não deve parar de subir tão cedo. Hoje, Tóquio... Amanhã, Brasília. Sim! Preciso escrever sobre isso; mas não será hoje.
O que escrevo hoje tem a ver com a Igreja. "Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus?" (1 Pedro 4.17).
Lamento dizer, que sou obrigado a discordar daqueles que afirmam que "somos a geração do avivamento" (alguém cunhou este chavão - outros o vão repetindo, sem se darem conta do seu real significado). A grande e incontestável verdade é que somos A GERAÇÃO DO FIM! E não há como evitar isso. Podemos ignorar os sinais que confirmam a proximidade do fim; mas isso não o coloca mais distante de nós. É como os sinais que indicam um estado de enfermidade terminal. Ignorar estes sinais não evita a fatalidade provocada pela mesma.
Entendo perfeitamente que avivamento é uma experiência real. Posso dizer, com toda humildade, que já vi e senti os seus efeitos. Sei do que o avivamento é capaz; das transformações que pode produzir. Todavia, avivamento também é conceito, que pode ser elaborado a partir de uma premissa equivocada. Seria superficial da minha parte negar os focos de avivamento que ocorrem, de modo pontual, em vários lugares. Entretanto, afirmar que somos a "geração do avivamento" é no mínimo otimismo exagerado. E posso explicar porque:
O avivamento é muito mais conhecido por seus efeitos do que por sua causa. É como o vento - só conseguimos vê-lo através dos efeitos que provoca (um galho se curvar; uma cortina balançar, um cabelo esvoaçar, etc.). Não há como ver o avivamento, a não ser pelos efeitos que vai causando ao longo do seu curso.
O avivamento é autenticado pelas transformações que provoca na sociedade - ou em uma igreja. Ele não se revela através da alegria incontida de um grupo condicionado por uma determinada circunstância. Os efeitos transformadores de um avivamento não estão na estética - e sim na essência.
1. O "avivamento" provocado pela presença da Arca da Aliança (1 Samuel, capítulo 4)
"5 Quando a arca do pacto do Senhor chegou ao arraial, prorrompeu todo o Israel em grandes gritos, de modo que a terra vibrou. 6 E os filisteus, ouvindo o som da gritaria, disseram: Que quer dizer esta grande vozearia no arraial dos hebreus? Quando souberam que a arca do Senhor havia chegado ao arraial, 7 os filisteus se atemorizaram; e diziam: Os deuses vieram ao arraial. Diziam mais: Ai de nós! Porque nunca antes sucedeu tal coisa. 8 Ai de nós! Quem nos livrará da mão destes deuses possantes? Estes são os deuses que feriram aos egípcios com toda sorte de pragas no deserto" (1 Samuel 4.10-11).
Como pode ser visto no capítulo 4 de 1 Samuel; o teatro da guerra estava montado. Havia um sentimento de insegurança e de de apatia; as derrotas se sucediam. Faltava um componente que despertasse os ânimos; e isso poderia ser alcançado com o sentimento de "presença do sobrenatural". Na suposição de que a Arca da Aliança pudesse produzir tal sentimento, alguém sugeriu buscar a Arca. E ela foi prontamente trazida! E naquele primeiro momento, sua presença no arraial provocou duas reações adversas:
A do povo de Deus (gritaria produzida pela euforia descontrolada, resultante desta presença mística). E a do inimigo do povo de Deus (medo e estremecimento, produzido pelo testemunho do agir do Deus de Israel em outros tempos - eles sabiam do que o Deus daquele povo era capaz). E nós sabemos como aquela batalha terminou. Definitivamente, este avivamento fabricado em baixo (como muitos estão fazendo hoje); mediante a simples presença de um objeto cercado de manifestação mística, não conseguiu evitar a derrocada do exército de Israel.
"Então pelejaram os filisteus, e Israel foi derrotado, fugindo cada um para a sua tenda; e houve mui grande matança, pois caíram de Israel trinta mil homens de infantaria. Também foi tomada a arca de Deus, e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, foram mortos" (1 Samuel 4.10-11).
2. O avivamento dos dias de Josafá (2 Crônicas, capítulos 29 a 31).
"1 Ezequias começou a reinar quando tinha vinte e cinco anos; e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Abia, filha de Zacarias. 2 Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera Davi, seu pai. 3 Pois ele, no primeiro ano do seu reinado, no primeiro mês, abriu as portas da casa do Senhor, e as reparou. 4 Fez vir os sacerdotes e os levitas e, ajuntando-os na praça oriental, 5 disse-lhes: Ouvi-me, ó levitas; santificai-vos agora, e santificai a casa do Senhor, Deus de vossos pais, e tirai do santo lugar a imundícia" (2 Cronicas 29.1-5).
Vemos neste outro tipo de avivamento, uma reforma na base; e um retorno aos princípios que tornaram aquela nação grandiosa em outros tempos. A reforma provocou uma onda de avivamento; e o avivamento resultante dessa reforma, produziu transformação na vida daquele povo. Um avivamento com começo, meio e fim, está geralmente inserido nestes três passos: Reforma - experiência - mudanças. Resumindo: Ele mexe com a essência e muda a conduta.
"1 Acabado tudo isso, todos os israelitas que ali estavam saíram às cidades de Judá e despedaçaram as colunas, cortaram os aserins, e derrubaram os altos e altares por toda a Judá e Benjamim, como também em Efraim e Manassés, até os destruírem de todo. Depois voltaram todos os filhos de Israel para as suas cidades, cada um para sua possessão" (2 Cronicas 31.1).
E para concluir: Quando examinamos o perfil dos grandes avivamentos da história da Igreja; percebemos que os mesmos foram seguidos de grandes transformações, tanto morais como sociais. Tomemos como exemplo, o grande avivamento nos dias de Savanarola, na cidade de Florença. O relato sobre este avivamento, descreve as transformações ocorridas naquela cidade italiana, nos dias de Savanarola. O alcoolismo, a prostituição e a violência que infernizavam a população daquela cidade, desceram a níveis insignificantes. Os bordéis e bares fecharam suas portas devido a falta de clientes.
Isso é muito diferente do que ocorre com o "avivamento" de nossos dias: Cristãos usuários de álcool (um grande líder religioso do nosso País declarou publicamente que bebe sempre que sente vontade); usuários de drogas (já houve até caso de ser encontrada droga dentro de bíblias, cujas folhas internas foram recortadas para camuflar o tóxico). Muitos jovens crentes envolvidos com prostituição e com violência. O fenômeno das igrejas repletas não diminui o índice de frequentadores de boates e bailes funk.
Os "shows" evangélicos - chamados cândidamente de show gospel (como se uma expressão inglesa pudesse conferir autenticidade cristã a tudo isso, disfarçando o que realmente se pretende e o que acontece nesses lugares). Alguns aparelhos de som de carros de crentes tocando música profana. Relações sexuais fora do casamento (tenho ouvido falar até muitos cristãos, como assíduos frequentadores de sites pornográficos). E o índice de divórcio entre crentes aumentando a níveis assustadores (tornando-se comum até entre líderes evangélicos). Aonde queremos chegar? Não será este "avivamento" que presenciamos, tão somente uma alegria e euforia sem conteúdo? Produzida pela presença de símbolos místicos (objetos e pessoas); criando toda essa algazarra que se vê entre o povo de Deus? Somos mesmo a geração do fim. Misericórdia!!!
Cordialmente;
Bispo Calegari
O que escrevo hoje tem a ver com a Igreja. "Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus?" (1 Pedro 4.17).
Lamento dizer, que sou obrigado a discordar daqueles que afirmam que "somos a geração do avivamento" (alguém cunhou este chavão - outros o vão repetindo, sem se darem conta do seu real significado). A grande e incontestável verdade é que somos A GERAÇÃO DO FIM! E não há como evitar isso. Podemos ignorar os sinais que confirmam a proximidade do fim; mas isso não o coloca mais distante de nós. É como os sinais que indicam um estado de enfermidade terminal. Ignorar estes sinais não evita a fatalidade provocada pela mesma.
Entendo perfeitamente que avivamento é uma experiência real. Posso dizer, com toda humildade, que já vi e senti os seus efeitos. Sei do que o avivamento é capaz; das transformações que pode produzir. Todavia, avivamento também é conceito, que pode ser elaborado a partir de uma premissa equivocada. Seria superficial da minha parte negar os focos de avivamento que ocorrem, de modo pontual, em vários lugares. Entretanto, afirmar que somos a "geração do avivamento" é no mínimo otimismo exagerado. E posso explicar porque:
O avivamento é muito mais conhecido por seus efeitos do que por sua causa. É como o vento - só conseguimos vê-lo através dos efeitos que provoca (um galho se curvar; uma cortina balançar, um cabelo esvoaçar, etc.). Não há como ver o avivamento, a não ser pelos efeitos que vai causando ao longo do seu curso.
O avivamento é autenticado pelas transformações que provoca na sociedade - ou em uma igreja. Ele não se revela através da alegria incontida de um grupo condicionado por uma determinada circunstância. Os efeitos transformadores de um avivamento não estão na estética - e sim na essência.
Só para ilustrar, posso citar dois episódios - entre tantos que conheço:
1. O "avivamento" provocado pela presença da Arca da Aliança (1 Samuel, capítulo 4)
"5 Quando a arca do pacto do Senhor chegou ao arraial, prorrompeu todo o Israel em grandes gritos, de modo que a terra vibrou. 6 E os filisteus, ouvindo o som da gritaria, disseram: Que quer dizer esta grande vozearia no arraial dos hebreus? Quando souberam que a arca do Senhor havia chegado ao arraial, 7 os filisteus se atemorizaram; e diziam: Os deuses vieram ao arraial. Diziam mais: Ai de nós! Porque nunca antes sucedeu tal coisa. 8 Ai de nós! Quem nos livrará da mão destes deuses possantes? Estes são os deuses que feriram aos egípcios com toda sorte de pragas no deserto" (1 Samuel 4.10-11).
Como pode ser visto no capítulo 4 de 1 Samuel; o teatro da guerra estava montado. Havia um sentimento de insegurança e de de apatia; as derrotas se sucediam. Faltava um componente que despertasse os ânimos; e isso poderia ser alcançado com o sentimento de "presença do sobrenatural". Na suposição de que a Arca da Aliança pudesse produzir tal sentimento, alguém sugeriu buscar a Arca. E ela foi prontamente trazida! E naquele primeiro momento, sua presença no arraial provocou duas reações adversas:
A do povo de Deus (gritaria produzida pela euforia descontrolada, resultante desta presença mística). E a do inimigo do povo de Deus (medo e estremecimento, produzido pelo testemunho do agir do Deus de Israel em outros tempos - eles sabiam do que o Deus daquele povo era capaz). E nós sabemos como aquela batalha terminou. Definitivamente, este avivamento fabricado em baixo (como muitos estão fazendo hoje); mediante a simples presença de um objeto cercado de manifestação mística, não conseguiu evitar a derrocada do exército de Israel.
"Então pelejaram os filisteus, e Israel foi derrotado, fugindo cada um para a sua tenda; e houve mui grande matança, pois caíram de Israel trinta mil homens de infantaria. Também foi tomada a arca de Deus, e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, foram mortos" (1 Samuel 4.10-11).
2. O avivamento dos dias de Josafá (2 Crônicas, capítulos 29 a 31).
"1 Ezequias começou a reinar quando tinha vinte e cinco anos; e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Abia, filha de Zacarias. 2 Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera Davi, seu pai. 3 Pois ele, no primeiro ano do seu reinado, no primeiro mês, abriu as portas da casa do Senhor, e as reparou. 4 Fez vir os sacerdotes e os levitas e, ajuntando-os na praça oriental, 5 disse-lhes: Ouvi-me, ó levitas; santificai-vos agora, e santificai a casa do Senhor, Deus de vossos pais, e tirai do santo lugar a imundícia" (2 Cronicas 29.1-5).
Vemos neste outro tipo de avivamento, uma reforma na base; e um retorno aos princípios que tornaram aquela nação grandiosa em outros tempos. A reforma provocou uma onda de avivamento; e o avivamento resultante dessa reforma, produziu transformação na vida daquele povo. Um avivamento com começo, meio e fim, está geralmente inserido nestes três passos: Reforma - experiência - mudanças. Resumindo: Ele mexe com a essência e muda a conduta.
"1 Acabado tudo isso, todos os israelitas que ali estavam saíram às cidades de Judá e despedaçaram as colunas, cortaram os aserins, e derrubaram os altos e altares por toda a Judá e Benjamim, como também em Efraim e Manassés, até os destruírem de todo. Depois voltaram todos os filhos de Israel para as suas cidades, cada um para sua possessão" (2 Cronicas 31.1).
E para concluir: Quando examinamos o perfil dos grandes avivamentos da história da Igreja; percebemos que os mesmos foram seguidos de grandes transformações, tanto morais como sociais. Tomemos como exemplo, o grande avivamento nos dias de Savanarola, na cidade de Florença. O relato sobre este avivamento, descreve as transformações ocorridas naquela cidade italiana, nos dias de Savanarola. O alcoolismo, a prostituição e a violência que infernizavam a população daquela cidade, desceram a níveis insignificantes. Os bordéis e bares fecharam suas portas devido a falta de clientes.
Isso é muito diferente do que ocorre com o "avivamento" de nossos dias: Cristãos usuários de álcool (um grande líder religioso do nosso País declarou publicamente que bebe sempre que sente vontade); usuários de drogas (já houve até caso de ser encontrada droga dentro de bíblias, cujas folhas internas foram recortadas para camuflar o tóxico). Muitos jovens crentes envolvidos com prostituição e com violência. O fenômeno das igrejas repletas não diminui o índice de frequentadores de boates e bailes funk.
Os "shows" evangélicos - chamados cândidamente de show gospel (como se uma expressão inglesa pudesse conferir autenticidade cristã a tudo isso, disfarçando o que realmente se pretende e o que acontece nesses lugares). Alguns aparelhos de som de carros de crentes tocando música profana. Relações sexuais fora do casamento (tenho ouvido falar até muitos cristãos, como assíduos frequentadores de sites pornográficos). E o índice de divórcio entre crentes aumentando a níveis assustadores (tornando-se comum até entre líderes evangélicos). Aonde queremos chegar? Não será este "avivamento" que presenciamos, tão somente uma alegria e euforia sem conteúdo? Produzida pela presença de símbolos místicos (objetos e pessoas); criando toda essa algazarra que se vê entre o povo de Deus? Somos mesmo a geração do fim. Misericórdia!!!
Cordialmente;
Bispo Calegari
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