Ao longo dos últimos dias, tenho procurado entender melhor esta relação entre a morte e a vida. E para termos uma noção mais clara do tema, precisamos estar atentos ao que a Palavra de Deus nos ensina sobre a vida e a morte. Jesus disse que "Se o grão de trigo, caindo em terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto" (João 12.24).
Um exame mais atento da natureza, há de revelar que a frutificação pode ser vista como a razão de ser de toda a semente. As vezes nos deparamos com sementes harmoniosamente reunidas, constituindo uma bela peça decorativa, na forma de um colar, um belo ornamento. Vivemos o momento da "biojoia" - adereço que representa uma forte tendencia nos dias atuais, considerado ecologicamente correto. Entretanto, uma semente não foi vocacionada a ser uma peça de decoração. Ela tem uma missão mais nobre, que implica em morrer. Parece trágico, mas é o ciclo da vida. A vida explode através da sementeira.
Quando Jesus afirma que "o semeador saiu a semear", pelo menos um de seus objetivos é focar duas importantíssimas premissas:
A primeira delas, é que a "semente" precisa chegar ao seu destino - o solo. Em seu túmulo sob a terra, o milagre da vida se inicia - distante dos olhos e da curiosidade. Confinada em um recipiente, a semente fica impedida de cumprir esta que é a sua maior missão.
A segunda, é que os diversos tipos de solo podem provocar resultados também diversos (isto seria assunto para um outro comentário). Em suma: por mais saudável e fértil que uma semente seja, a qualidade do solo pode comprometer o sucesso de sua missão.
A dias atrás, declarei que morrer é preciso, referindo-me a partida de dois dos mais ilustres "filhos" da IMW - os Bispos Nilson de Paula Carneiro e Onaldo Rodrigues Pereira, ambos de saudosa memória. Suas vidas, tal e qual uma semente, morreram para frutificar e gerar novas vidas. E no mundo espiritual, tanto como no mundo natural, pelas mais diversas razões, morrer é preciso! Por que?
1. Morrer é preciso; porque a renovação do próprio ser exige este processo. Na verdade, esta é a causa primária da essencia da renovação. Se observarmos atentamente, veremos que a proliferação da vida tem o seu canteiro gerado e adubado na própria morte.
2. Morrer é preciso; porque este é um princípio bíblico. Na visão profética de Francisco de Assis, "é morrendo que nascemos para a vida eterna". Parece um paradoxo! Todavia, para nós, a eternidade ligada a sua inevitável plataforma de lançamento - a própria morte.
3. Morrer é preciso; porque a morte, ao se manifestar, nos liberta da solidão. Jesus declarou que o grão de trigo fica solitário se não morrer. Quantas vezes nos sentimos tão solitários, mesmo estando cercados por uma multidão. O próprio Jesus, em sua solidão, tornou-se semelhante a nós, para poder morrer. E mediante sua morte, nos tornamos semelhantes a ele - uma grande e incontavel multidão.
Quero concluir, afirmando que não ignoro a existencia de diversos tipos de "morte". Inclusive, valorizo em muito algumas metáforas interessantes dela decorrentes. E mesmo me detendo em apenas um deles, isso não significa que outros tipos sejam por mim descartados, ou que esta reflexão esgote o tema. O que ocorre é que não tenho aqui espaço para refletir sobre eles.
Bispo Calegari
Um exame mais atento da natureza, há de revelar que a frutificação pode ser vista como a razão de ser de toda a semente. As vezes nos deparamos com sementes harmoniosamente reunidas, constituindo uma bela peça decorativa, na forma de um colar, um belo ornamento. Vivemos o momento da "biojoia" - adereço que representa uma forte tendencia nos dias atuais, considerado ecologicamente correto. Entretanto, uma semente não foi vocacionada a ser uma peça de decoração. Ela tem uma missão mais nobre, que implica em morrer. Parece trágico, mas é o ciclo da vida. A vida explode através da sementeira.
Quando Jesus afirma que "o semeador saiu a semear", pelo menos um de seus objetivos é focar duas importantíssimas premissas:
A primeira delas, é que a "semente" precisa chegar ao seu destino - o solo. Em seu túmulo sob a terra, o milagre da vida se inicia - distante dos olhos e da curiosidade. Confinada em um recipiente, a semente fica impedida de cumprir esta que é a sua maior missão.
A segunda, é que os diversos tipos de solo podem provocar resultados também diversos (isto seria assunto para um outro comentário). Em suma: por mais saudável e fértil que uma semente seja, a qualidade do solo pode comprometer o sucesso de sua missão.
A dias atrás, declarei que morrer é preciso, referindo-me a partida de dois dos mais ilustres "filhos" da IMW - os Bispos Nilson de Paula Carneiro e Onaldo Rodrigues Pereira, ambos de saudosa memória. Suas vidas, tal e qual uma semente, morreram para frutificar e gerar novas vidas. E no mundo espiritual, tanto como no mundo natural, pelas mais diversas razões, morrer é preciso! Por que?
1. Morrer é preciso; porque a renovação do próprio ser exige este processo. Na verdade, esta é a causa primária da essencia da renovação. Se observarmos atentamente, veremos que a proliferação da vida tem o seu canteiro gerado e adubado na própria morte.
2. Morrer é preciso; porque este é um princípio bíblico. Na visão profética de Francisco de Assis, "é morrendo que nascemos para a vida eterna". Parece um paradoxo! Todavia, para nós, a eternidade ligada a sua inevitável plataforma de lançamento - a própria morte.
3. Morrer é preciso; porque a morte, ao se manifestar, nos liberta da solidão. Jesus declarou que o grão de trigo fica solitário se não morrer. Quantas vezes nos sentimos tão solitários, mesmo estando cercados por uma multidão. O próprio Jesus, em sua solidão, tornou-se semelhante a nós, para poder morrer. E mediante sua morte, nos tornamos semelhantes a ele - uma grande e incontavel multidão.
Quero concluir, afirmando que não ignoro a existencia de diversos tipos de "morte". Inclusive, valorizo em muito algumas metáforas interessantes dela decorrentes. E mesmo me detendo em apenas um deles, isso não significa que outros tipos sejam por mim descartados, ou que esta reflexão esgote o tema. O que ocorre é que não tenho aqui espaço para refletir sobre eles.
Bispo Calegari
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