terça-feira, 29 de maio de 2012

A difícil arte de orar


Se orar é uma arte - talvez seja a mais difícil das artes! Digo isso, porque foi exatamente isso que senti hoje pela manhã. E não foi pelo frio intenso que fazia em Alagoa - sul de Minas - situada a mil e duzentos metros acima do nível do mar. Não mesmo! Na verdade, já venho sentindo isso a muito tempo. Portanto, o que quero dizer é que - seja arte, seja ministério - orar é mesmo uma ocupação difícil.

Enquanto orava, levei minha queixa ao Senhor por causa disso; mas, tomando o cuidado de não atribuir culpa a quem quer que seja por minha dificuldade. Até porque, já faz muito tempo, aprendi que se existe um culpado por minha falta de oração; basta a mim mesmo dar uma boa olhada no primeiro espelho que encontrar e... O culpado estará ali, diante dos meus olhos! Entretanto... A grande questão não é encontrar culpados; e, sim, tomar medidas diante de Deus, para vencer este imenso obstáculo. Uma delas é cair de joelhos diante do Senhor - rendido a Seus pés - pronto a mergulhar na vastidão do sobrenatural, em profunda contrição. E ali, enquanto orava, Deus me fez entender algo especial.

Prostrado diante do Senhor, procurei orar intensamente - sobre um confortável tapete - tentando ignorar o frio que me cercava por todos os lados, como se isso fosse possível de imediato. Na verdade, deixar de orar é uma decisão bem mais fácil e favorável, do que evitar o frio que chega sem avisar e entra sem ser convidado. Comecei a minha oração timidamente, como se fosse um menino pego em falta; ou um motorista surpreendido em algum delito no trânsito - sentindo dificuldade para orar diante do Deus eterno que ali estava, a minha espera, no lugar da oração. Mas... O importante é começar. E sinto que comecei bem! Chorei e cantei ao Senhor... Na verdade, cantei para mim mesmo. Como é isso? Cantei a canção de Marquinhos Gomes: "Levante os teus olhos e veja o sobrenatural"! E me senti motivado a entrar no novo nível da oração: O quebrantamento e rendição! Aí então as coisas começaram a acontecer!

Conforme eu já disse, me queixei sobre os motivos que me impedem de orar como devo. Falei sobre as vezes em que passo próximo ao lugar da oração e "olho para o outro lado" como se este lugar pudesse ser ignorado. Todavia, como ando sempre bem acompanhado; enquanto orava, lembrei-me daquela voz cheia de mistério que sempre me adverte: "Não fuja daí. É a única chance que você tem de conseguir viver e vencer... E de continuar vivendo e vencendo. Reconheça isso e ocupe o seu lugar ali!". É... Não há mesmo como evitar a voz do Espírito! E como sou grato a Deus por me dar conta disso! E logo depois, Deus me fez entender duas coisas muito importantes. E é sobre elas que quero falar.

A primeira delas é sobre o verdadeiro lugar em que minhas maiores lutas são travadas. Deus me convenceu sobre a realidade de um campo de batalha, cuja existência e localização a maioria conhece. Ele não está em algum lugar lá fora - como se fosse o tablado de um ringue de combate sangrento. Não mesmo! Ele está dentro de mim mesmo; nos limites da minha própria razão. E deste combate eu não posso fugir ou me esconder - sendo açodado pelos gritos da minha própria emoção. E a luta prossegue, interminavel... Sem que eu consiga me desvencilhar de mim mesmo - empurrado pelos apupos da minha irrefletida emoção - apanhando de todos os lados, sem perceber que o meu adversário no combate sai tão machucado como eu mesmo; pois, trata-se de uma só pessoa lutando consigo mesma.

E, enquanto travo o interminavel e mais importante combate desta vida... Vejo sem ver, choro sem chorar, sinto sem sentir, grito sem gritar! E tudo isso acontece nos limites do campo de batalha - em algum lugar dentro de mim mesmo - longe dos olhos daqueles que estão a minha volta, a família inclusive. A segunda coisa importante sobre a qual Deus me ensinou - falarei aqui mas não agora. Trata-se de quem é de fato o meu mais perigoso inimigo. Confesso que fui pego de surpresa - não por desconhecer o fato - mas; por não conhece-lo tão profundamente como deveria; pois... Eu pensava diferente.

Cordialmente;
Bispo Calegari

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