quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Quebar: Fronteira entre o natural e o sobrenatural

Nesta manhã, orando a Deus, veio ao meu espírito o livro de Ezequiel. Na verdade, já tenho pregado ultimamente, pelo menos umas duas vezes, sobre um assunto especial deste maravilhoso livro. E, no altar - enquanto orava - senti-me inspirado a escrever esta história que brotou em meu espírito. E, então, segue-se a história intitulada:

Quebar: Fronteira entre o natural e o sobrenatural

"Era uma vez... Um peregrino cansado e abatido, seguindo com outros peregrinos tão cansados e abatidos quanto ele. Caminhavam a passos lentos pela região desértica da Caldeia. Seus pés feridos caminhavam com dificuldade - tanto pelo calor provocado por aquelas areias quentes, como pelas inúmeras dunas que precisavam subir - em sua caminhada rumo a um destino incerto.

Todavia, o seu maior sofrimento não era produzido pela hostilidade do terreno em que caminhavam. Nem mesmo pela condição precária em que prosseguiam, em sua condição de exilados. Na verdade, o seu drama estava longe daquele deserto em brasas. Eles formavam um grupo de judeus cabisbaixos... Sua querida nação tombará vítima da loucura de seus reis e sacerdotes; os quais - ultrapassando o limite da insanidade - deixaram o Deus de seus pais. A consequência imediata desta loucura, foi um cativeiro humilhante deste povo amado de Deus - sob o jugo babilônico. E as consequências futuras... Incerteza e mais incerteza.

Entretanto, quando o seu abatimento e cansaço começava a se transformar em desespero pela própria vida, enxergaram - do alto de uma duna - um rio que serpenteava aquela região árida. "Um rio!" - alguém deve ter gritado entre eles. E assim, buscando forças em seu interior, correram para aquelas águas. Mergulharam... Beberam... E se divertiram - esquecendo por um pouco da sua humilhante condição e do motivo que os levara a tão grande sofrimento.

É que, sem que eles percebessem, Deus os levara por um caminho não traçado. Sua caminhada sem rumo, na verdade, tinha mesmo um rumo! Não aquele que eles pensavam ter escolhido ao acaso. Mas, o que Deus preparara para eles. Afinal, o Deus de Seus pais era ainda o seu Deus - mesmo com a decadência de sua querida nação. E assim, guiados pelo Espírito Santo, eles chegaram ao Rio Quebar - o rio das visões de Deus".

Esta experiência é muito importante para nós; que vivemos uma realidade não muito diferente daquela que eles viveram, em passado tão distante. Dentro de uns dois dias, postarei uma palavra pastoral sobre esta experiência. Pois, também vemos a decadência carcomer aos poucos a nossa nação. Injustiça, arrogância, imoralidade... E outros substantivos de semelhante significado - Consomem o que parece restar de nossas reservas morais e espirituais. Isso mesmo: Somos peregrinos caminhando em um deserto sem fim... Sem saber como terminará tudo isso.

Cordialmente;
Bispo Calegari

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