terça-feira, 30 de agosto de 2011

Abrindo mão da vida

A vida com Deus é uma das experiências mais importantes - no exercício da religiosidade em busca da excelência. E quando alguém abre mão dela, em detrimento de qualquer outra coisa na vida - mesmo lícita e justa; tal atitude constitui-se em perda irreparável por toda a eternidade.

No entanto; antes de prosseguir com esta reflexão, necessário se faz demonstrar a diferença entre vida com Deus e religiosidade comum.

É preciso destacar que Vida com Deus é uma espécie de "razão-de-ser" do verdadeiro espírito cristão. Na verdade, a vida que se vive com Deus é a essência da verdadeira religião cristã - depurada de todo e qualquer resquício de humanismo, racionalismo, liberalismo ou modernismo.

Já a religiosidade genérica, não passa de sentimento indeterminado; que busca algo no abstrato - em algum lugar que não se sabe onde. Algo que não pode ser definido com razão e fundamento. Como sua busca é imprecisa; acaba por terminar nos braços de um ídolo qualquer - ou mesmo de um desses demonios tão em voga nos dias de hoje. Para sermos sinceros - sem sermos fatalistas ou deterministas - precisamos admitir que não existe futuro na religiosidade.

Resumindo: Vida com Deus é conteúdo. Religiosidade é uma espécie de invólucro primário, descartável. Enquanto Vida com Deus é o anelo do espírito humano criado à semelhança de Deus; religiosidade não passa de alucinação - uma espécie de miragem produzida pela mente em pleno deserto. Enquanto que Vida com Deus representa o princípio e o fim da "razão-de-ser"; religiosidade é apenas uma peregrinação sem rumo - em direção ao vazio.

Para termos vida com Deus, precisamos estar dispostos a abrir mão de todo e qualquer projeto alternativo de vida. Isso não não significa que sejamos obrigados a abandonar alguns itens da existência humana - inerentes a ela - sem os quais a vida corre o risco de entrar em colapso - tais como: negócios, família, atividade social, etc. Enfim... Vida com Deus não significa, radicalmente, abandonar tudo por amor a Deus! E sim, estarmos sempre dispostos a isso - caso tenhamos que fazer uma escolha ou opção.

Passo então a enumerar algumas coisas que podem ser aqui objeto de reflexão - quanto a supremacia da vida com Deus:


Vida com Deus é melhor do que um lugar em especial

"Porque vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da perversidade" (Salmo 84.10).

Vivemos em meio a uma humanidade distante de Deus, fugindo de verdades que poderiam mudar o seu destino. Fuga dos valores morais e espirituais. Fuga dos compromissos e responsabilidades. É assustador o descaso para com a família; para com empenhos. Enfim... Os homens, como sempre, estão fugindo de Deus - em louca debandada. Todavia, não existe rota para este tipo de fuga - nem lugar para onde fugir. Na verdade, as pessoas estão correndo em círculo; desordenadamente. Pobre humanidade em fuga.

Vida com Deus é melhor do que qualquer caminho

"Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará" (Salmo 1.1-3).

Não é nada difícil identificar nesta proposta de vida, o perfil dos bem-aventurados. São aqueles que tem Vida com Deus. As bases que sustentam suas vidas, estão diretamente relacionadas com o prazer que sentem na Palavra de Deus e de estar em Sua gloriosa presença. A vida com Deus, construída sobre estas bases, nos liberta e protege do conselho dos ímpios e da influência dos escarnecedores. O desejo de sermos inspirados e dirigidos pela Palavra de Deus, cresce dentro de nós. E passamos a viver e desfrutar de uma vida repleta de frutos de prosperidade e de paz.

Na verdade, o homem sente medo de viver Vida com Deus

E este medo está ligado ao instinto de sobrevivência e de preservação que todo o homem possui. Medo de perder valores aos quais se sente ligado. Medo de perder sua capacidade de arbitrar o seu próprio destino. Enfim... Medo de perder! No entanto, o que este homem vencido pelo medo não sabe: É que algo nunca se torna tão nosso; como a partir do momento em que o entregamos a Deus. Abraão nunca teve tanto a Isaque; como a partir do momento em que se decidiu a entregá-lo à Deus.

Portanto; qualquer escolha que tenhamos que fazer - em que a vida com Deus esteja no outro extremo - esta será a única escolha certa! É que, queiramos ou não admitir, a vida com Deus será sempre a única opção capaz de trazer prazer verdadeiro e alegria eterna.

Cordialmente;
Bispo Calegari

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Compartilhar