quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Nova Etapa - Novos Desafios

O que Deus espera de nós

Estamos ainda vivendo os resultados das decisões tomadas pelo Concílio Geral Extraordinário. Só para relembrar: O Concílio Geral, reunido em julho de 2009, teve de fato o seu encerramento proclamado, conforme determina a liturgia. Contudo, não conseguiu fechar o seu último ato profético. Esta revelação me foi dada pelo Senhor e tornada pública na pregação por ocasião do seu culto de encerramento. E ela me veio como resposta de Deus as minhas orações; quando indaguei do Senhor, quanto ao significado de um sonho à mim contado no terceiro dia daquele concílio, por um dos delegados - o querido Presbítero Jessy, da IMW de Cachoeiro do Itapemirim.

Nós que lideramos o povo de Deus, precisamos entender que não podemos "manipular" a Sua herança. Quando examinamos atentamente a Palavra de Deus, percebemos com clareza que homem algum - seja a que pretexto for - tem o direito de se apropriar da herança de Deus. E esta herança somos nós - o rebanho do Senhor: "Nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade" (Efésios 1.11). Somos servos do povo sobre o qual Deus nos colocou. E Jesus usa seu próprio exemplo para vincar esta verdade, declarando que "o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" (Mateus 20.28).

Jesus também nos adverte quanto ao perigo de cobiçarmos a Sua herança: "Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança" (Mateus 21.38). A bíblia está pontilhada de histórias de líderes que ousaram controlar o povo de Deus. Ela nos ensina que quando um líder espiritual se apressa a tomar o controle da obra de Deus em suas mãos - como algo seu - mesmo que Deus o tenha escolhido para presidi-la; tal ousadia sempre termina mal. Quando algo assim acontece, aquela parte da "Obra de Deus" passa a ser apenas uma "obra do homem". E, então, o desastre é apenas uma questão de tempo.

Nossa conduta deve ser pautada em princípios

Vivemos um momento especial na Igreja Metodista Wesleyana. São sete Regiões no território nacional, presididas por sete bispos eleitos no último Concílio Geral / Concílio Geral Extraordinário. E isto sem contar a Região Europeia e seu Bispo, também saído deste concílio. Pois é! Nós, os bispos, fomos levantados para presidir a obra do Senhor chamada "Igreja Metodista Wesleyana". E, no cumprimento desta missão profética, precisamos estar atentos a alguns princípios que devem reger a nossa conduta:

1. O Princípio de que tudo é Dele, por Ele e para Ele

"Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele" (Colossences 1:16). "Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém" (Romanos 11.36).

Portanto, o "Governo da Igreja" nada mais é do que o "Governo de Deus". E esse governo se processa através daqueles que Ele levantou para esta missão. Temos que ter sempre em mente que "tudo pertence a Ele e que dEle somos". O Reino de Deus é o único reino sobre a face da terra, em que o maior serve ao menor; em que o mais forte se submete ao mais fraco. E Este princípio pode neutralizar a arrogância; a vaidade; o autoritarismo.

2. O Princípio de que somos levantados por Deus para exercer um governo eficiente

"Os anciãos que governam bem sejam tidos por dignos de duplicada honra, especialmente os que labutam na pregação e no ensino" (I Timóteo 5.17).

Portanto, nossas decisões e medidas administrativas devem refletir a vontade soberana de Deus. Não temos o direito de tomar uma decisão sequer, que não esteja em sintonia com Sua vontade. E nunca tomar medidas que visem impor nossos interesses pessoais.

Também não devemos nomear para cuidar do "Rebanho do Senhor" alguém que não seja o "homem de Deus para aquele rebanho".Nem mesmo entregar uma igreja a um pastor que não tenha vida com Deus, demonstrando isso por seu falar e agir.

3. O Princípio da liderança compartilhada

Nossas decisões devem ser resultado de um diálogo e reflexão, ouvindo todas as partes envolvidas. Contudo, sem jamais dispensar o Espírito; buscando sempre o aval do Senhor para todas as decisões a serem tomadas: "Porque pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas necessárias" (Atos 15.28):

Mesmo que tenhamos o direito a dar a ultima palavra em uma discussão; isso não significa que devamos descartar o parecer de um conselho. E, mesmo assim, em caso de decisão final, agir sob a direção do Espírito; buscando conhecer o "querer de Deus".

4. O Princípio de que as nomeações devem refletir o propósito de Deus na igreja local

"Ora, na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo. Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram. Estes, pois, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre" (Atos 13.1-4).

Este texto demonstra claramente o carater profético do envio de um obreiro - de uma nomeação. Não é algo para ser feito, porque alguém acha melhor residir aqui ou ali. Nem tem como objetivo facilitar estudo dos filhos ou conforto e bem estar da família (Alguém, ao ser nomeado para uma igreja, queria saber se a cidade tinha Shopping, para poder passear com a família, etc.). E o propósito de Deus em servir Seu povo, como fica? Com a palavra, aqueles que querem servir a Deus verdadeiramente!

Portanto, para que uma nomeação seja bem sucedida, não basta "gostarmos" de determinado pastor, ou de admirarmos o seu trabalho. O essencial é que esse obreiro seja o homem que Deus queira usar naquela missão.

Finalmente, a questão da transparência

É assustador constatar os males causados pela falta de transparência entre aqueles que governam. A sua ausência costuma produzir um estado de insegurança e ansiedade na vida daqueles que são diretamente afetados por decisões superiores - tanto a nível de família como a nível de comunidade.

É importante que o conceito de liderança compartilhada seja melhor entendido por todos nós. Transparência total e discussões horizontais amplas com os nossos pares podem contribuir em muito para a estabilidade e o progresso da Obra de Deus a nós confiada.

Cordialmente;
Bispo Calegari

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