segunda-feira, 10 de maio de 2010

José, Levantado para Governar

Se tivéssemos que resumir o perfil deste valoroso homem de Deus, poderíamos fazê-lo utilizando apenas três palavras: Levantado para Governar!
Não tenho a menor dúvida que José foi levantado por Deus para governar o Egito. Tenho em mim que sua mais importante tarefa era alimentar o povo escolhido de Deus, ainda que esta benesse se estendesse aos demais povos existentes naquela grande região. E para que a missão fosse bem sucedida, seu carater foi esculpido cuidadosamente pelo Senhor.

Sua noção de governo responsável e probidade administrativa, foi profundamente impressa em sua vida, tanto pela Palavra de Deus, coo pelo testemunho de seu pai Israel. Seu conceito de liderança fora depurado de interesses menores, mesmo aqueles interesses pessoais tão comuns aos homens em qualquer época.

Contudo, José estava sozinho em sua visão! E ainda não se dera conta disso. Não poderia contar com a ajuda de seu pai, pois o mesmo não entendia a grandeza de sua missão, devido ao seu paternalismo exacerbado. Também não poderia contar com seus irmãos, pois demonstravam irritação crescente com seus constantes sonhos; eram indiferentes à nobreza de sua missão, devido a inveja que os dominava. José nem imaginava o que o ódio pode fazer com aqueles que são, por este sentimento, dominados. Aquele jovem puro e consagrado, ainda adolescente, estava prestes a tornar-se vítima da crueldade de seus próprios irmãos.

A Palavra de Deus está repleta de exemplos de grandes homens de Deus que, em algum momento, foram incapazes de entender a missão de outros homens de Deus de seu tempo; homens que o Senhor escolhera para uma tarefa especial. E, deste modo, alguns grandes líderes do passado foram impedidos de prestar um grande serviço à Causa do Senhor: Ou devido ao seu condicionamento equivocado, ou devido a puro preconceito. Tornaram-se incapazes de entender o ministério e o chamado diferenciado daqueles que Deus estava levantando ante seus olhos embaciados. Podemos até citar alguns exemplos clássicos, no Antigo e no Novo Testamento:

1. Moisés, homem preparado por Deus no palácio do maior adversário de Seu povo, foi incompreendido por seu próprio povo. Nem mesmo alguns líderes renomados de seu tempo conseguiram entender a dimensão de sua vida com Deus.

2. Daniel, homem conduzido por Deus ao palácio do tirano que subjugou seu povo, teria tido enorme dificuldade em convencer aos seus líderes, caso os mesmos estivessem em condição de mando, quanto a importância de sua missão na Babilônia.

3. Jeremias, o profeta da humilhação, foi por diversas vezes ameaçado e quase morto pelos seus líderes e, até mesmo por outros profetas, por profetizar que era de Deus o jugo imposto pelos caldeus, contra os quais não adiantaria lutar.

4. Paulo, o apóstolo dos gentios, recebeu de Deus um chamado específico. E devido a sua visão dos gentios, aos quais fora enviado pelo Senhor, como anunciador das boas novas, foi bastante discriminado e maltratado por diversos líderes cristãos.

5. O próprio Jesus, figura impar neste senário, foi maltratado e humilhado por sua gente, pelo fato de cumprir uma missão considerada inadmissível pelos líderes judeus, devido ao condicionamento preconceituoso que os dominava. Em várias ocasiões, o ódio dos seus conterrâneos revelou-se muito mais intenso do que o dos líderes romanos.

Concluindo esta reflexão, chamamos a atenção de todos para algumas lições nela presentes, as quais podem ajudar em muito a todos nós, que anelamos servir ao Mestre. Se pretendemos cumprir integralmente a missão que Deus nos confiou, devemos estar preparados para sofrer oposição e perseguição, até mesmo daqueles a quem mais amamos.

Sempre Soubemos que nunca seria fácil cumprir o ministério que recebemos do Senhor Jesus. Ele mesmo nos advertiu que, além dos inimigos de fora, "os inimigos do homem serão os de sua própria casa" (Mateus 10.36).

Todavia, devemos estar prontos a ir até o fim, no afã de cumprir a vontade do nosso Deus, "visto como o Seu divino poder no tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento dAquele que nos chamou por Sua glória e virtude" (I Pedro 1.3).

Cordialmente;
Bispo Calegari

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